A Uefa anunciou que vai testar colocar torcedores no estádio para a realização da Supercopa da Europa entre o campeão da Champions League, Bayern de Munique, e o campeão da Liga Europa, Sevilla. O jogo será realizado em Budapeste, na Hungria, na Puskas Arena, e a ideia é ter 30% de capacidade liberada.
Desde fevereiro, quando a crise do coronavírus já acontecia, a Uefa tem adotado o uso de estádios vazios para os jogos. Depois da paralisação quando a pandemia atingiu o seu pior momento no continente, o futebol foi retomado em diversos países, mas sempre com portões fechados. A fase final da Champions League, em Portugal, e da Liga Europa, na Alemanha, tiveram jogos sem público. Premier League, La Liga, Serie A e Bundesliga todas terminaram seus torneios na temporada 2019/20 com portões fechados depois da paralisação pela pandemia do coronavírus.
Na França, porém, o governo já permitiu público nos eventos, ainda que de forma limitada: são permitidos até cinco mil torcedores por partida. A Ligue 1, inclusive, já começou no último fim de semana adotando essas regras. Nenhuma das outras grandes ligas prevê, por enquanto, a presença de torcedores nos estádios, ainda que de forma reduzida.
A Supercopa da Europa será disputada no dia 24 de setembro, em Budapeste, e com um pequeno número de torcedores com permissão de ver o jogo. “O Comitê Executivo da Uefa decidiu permitir que a Supercopa 2020 no dia 24 de setembro em Budapeste seja jogada com um número reduzido de espectadores, até 30% da capacidade do estádio, para estudar precisamente o impacto de espectadores no Protocolo de Retorno a Jogos da Uefa”, diz comunicado da entidade que dirige o futebol europeu.
“Foi confirmado que todas as outras partidas da Uefa devem continuar sendo disputadas com portões fechados até segunda ordem, como inicialmente determinado pelo Comitê Executivo no dia 9 de julho de 2020. A Administração da Uefa irá continuar monitorando a situação e aconselhando o Comitê Executivo da Uefa se qualquer mudança for necessária ou recomendada em relação à Supercopa da Uefa 2020 ou aos outros jogos da Uefa devem ser jogados com portões fechados até segunda ordem”, continua o documento. “Estas decisões seguem a reunião consultiva que a Uefa fez com as 55 associações membras e onde esta questão foi discutida no dia 19 de agosto de 2020”.
“Embora tenha sido importante mostrar que o futebol pode continuar em tempos difíceis, sem torcedores, o jogo perdeu algo de seu caráter. Nós esperamos usar a Supercopa da Uefa em Budapeste como um piloto que começaremos a ver o retorno do futebol às nossas partidas. Nós estamos trabalhando de forma próxima com a Federação Húngara e seu governo para implantar medidas para garantir a saúde de todos que forem e participarem do jogo. Nós não iremos correr nenhum risco com a segurança das pessoas”, afirmou o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin.
Na Hungria, onde será o jogo, o número de casos do país é de 5.215, com 614 mortes. O número de casos novos tem sido baixo. Nesta terça-feira, 25 de agosto, foram detectados 24 novos casos. Budapeste, capital do país e onde ocorrerá a partida daqui a um mês, é o centro da pandemia no país: 36% dos infectados, 60% dos mortos e 42% dos recuperados são da capital húngara. Atualmente, 57 pessoas estão hospitalizadas na Hungria com a COVID-19. Sete deles precisam do uso de ventiladores mecânicos.
Um dos problemas para a Uefa será as restrições de viagem que o presidente do país Viktor Orbán, anunciou que o país passará a ter em setembro. A ideia é restringir o acesso ao país e a recomendação do presidente é que os húngaros evitem sair do país, especialmente para países mais ao sul. Há um temor que a piora na situação epidemiológica em outros países europeus possa espalhar novamente o vírus no país.
Como a Uefa irá lidar com clubes de dois países diferentes e com permissão para ter 30% de torcedores é algo que será preciso trabalhar bem de perto com o governo húngaro. O que parece lógico é que esse púbico será apenas de moradores locais, e não de torcedores dos países de origem dos clubes.