Acompanhantes denunciam descaso no Into com pacientes de coronavírus

Três acompanhantes de pacientes com covid-19 entraram em contato com o ContilNet nesta quinta-feira (10) para denunciar o que chamam de “descaso” no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into) do Acre. Atualmente, a unidade é referência na capital para tratamento de pessoas acometidas pelo coronavírus.

Uma das acompanhantes alega que a filha teve reincidência da doença e teve de procurar o Into após sentir fortes dores no peito e nas costas. Ela alega que o atendimento e as informações prestadas foram “péssimas”.

“As pessoas internadas ficam praticamente abandonadas porque não podem receber visitas e nem usar telefone”, lamenta.

Outro acompanhante, Moises Souza, que está com a esposa contaminada, disse que chegou às 10h da manhã e o atendimento já havia sido suspenso por falta de médicos, só retornando às 15h. “Ela sente dor constante, ficou esse tempo todo sem comer. Isso é negligência”.

O homem acusa o hospital de ter perdido os exames da companheira, que teve de fazer novos testes. “Se é uma doença grave, por que só há um médico? O profissional tem direito de tirar seu intervalo e almoçar, mas por que não tem outro pra cobrir?”, questiona.

Edna Divina perdeu a mãe no domingo e está com o irmão internado. Ela reclama de falta de informações. “Estou desesperada e fragilizada vendo todas essas pessoas esperando atendimento. Meu irmão está internado e eu não posso saber nada dele. Isso tem que mudar isso, ninguém é cachorro”.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) foi procurada, mas explicou que a administração do hospital não é de responsabilidade do Estado, mas sim da empresa privada Medial. No entanto, esclareceu que existe um setor chamado Serviço Social para prestar informações e esclarecimentos às famílias sobre pacientes com coronavírus.

A reportagem tentou contato com a Medial para saber os motivos da ausência de médicos no final da manhã e início da tarde, mas não obteve sucesso.

Protocolos do Ministério da Saúde (MS) não permitem visitas a leitos de pessoas com covid-19 para evitar contaminação.

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