Acre tem o maior percentual do Brasil de pessoas afastadas do trabalho na pandemia

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID19) Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na quarta-feira (23), mostra que no Acre, em agosto, dos 255 mil de ocupados, 38 mil estavam afastados do trabalho, das quais 32 mil estavam afastados devido ao distanciamento social, representando, respectivamente, quedas de 15,4% e 12,4% em relação ao total de pessoas afastadas verificadas em julho.

Pessoas ocupadas trabalhando remotamente

Em agosto, do total de ocupados, 217 mil pessoas (85,1% dos ocupados) não estavam afastados do trabalho que tinham. Entre os não afastados havia aqueles que estavam trabalhando de forma remota (à distância, home office) que representavam  14 mil pessoas, 6,6% da população ocupada que não estava afastada. O número absoluto de pessoas trabalhando remotamente vem reduzindo gradativamente ao longo de toda a pesquisa: 17 mil pessoas em maio; 15 mil em junho; 13 mil em julho e 14 mil em agosto.

Informalidade

A pesquisa aponta ainda que o número de pessoas consideradas como trabalhadores informais foi de 110 mil pessoas em agosto, equivalente a 43,2% do total de ocupados, havendo variação em relação a julho (103 mil) de 6,8%.

Rendimento de trabalho

Em relação ao rendimento de todos os trabalhos, ainda foi verificada diferença entre o que as pessoas habitualmente recebiam e o que efetivamente receberam, entre as pessoas que tinham rendimento de trabalho. Em agosto, no Acre o recebimento habitual de todos os trabalhos ficou, em média, em R$ 1.824, e o efetivo em R$ 1.714, ou seja, o efetivo representava 93,9% do habitualmente recebido, em julho correspondia a 93,3%. De julho para agosto, tanto o rendimento habitual quanto o efetivo não sofreram grandes variações, em termos reais.

Pessoas desocupadas

O total de pessoas desocupadas em agosto foi de 38 mil de pessoas, 9,5% abaixo do total de julho (em termos absolutos, equivale a 4 mil pessoas). A população desocupada no começo da pesquisa era de 38 mil (maio), passou para 43 mil em junho e 42 mil em julho.

População fora da força de trabalho

No Acre, a população fora da força de trabalho, em agosto, foi estimada em 294 mil de pessoas (+1,3% em relação a julho). Deste total, 46,7% (166 mil) gostariam de trabalhar, mas não foram em busca de trabalho e 34,1% (121 mil) não buscou trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostaria de trabalhar. Em julho, 35,7% das pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram alegando que o principal motivo estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, em agosto, esta proporção diminui para 34,1%.

Rendimento domiciliar per capita e auxílio emergencial

O rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido (R$), no Acre, em agosto, foi de R$ 917,00, ou seja, 1,82% abaixo do valor de junho (R$ 934,00). As regiões Nordeste e  Norte  apresentaram  os  menores  valores,  R$  1.549,00  e R$ 1665,00, respectivamente.

Em agosto, no Acre, o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo concedido em função da pandemia (R$ 1.385) era, em média, mais de duas vezes superior ao daqueles onde algum morador recebia o auxílio (R$ 696).

A proporção de domicílios que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia, no Acre, passou de 58,5% para 60,5% em agosto, com valor médio do benefício em R$ 961 por domicílio. O percentual de domicílios recebendo o auxílio aumentou em todas as Grandes Regiões.

As Regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os maiores percentuais, 61,0% e 59,1%, respectivamente. Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Testes de COVID

Segundo os resultados, 53 mil pessoas fizeram algum teste (6,3% da população), e destes, 2,5% testou positivo (22 mil pessoas). Praticamente não houve diferença no percentual de pessoas de homens e de mulheres que fizeram o teste, 43,5% e 56,5%, respectivamente, fizeram algum teste.

Considerando o tipo do teste, das pessoas que fizeram algum teste, 16 mil pessoas fizeram o SWAB e 44,0% testou positivo; 27 mil fez o teste rápido com coleta de sangue através do furo no dedo e 40,1% testou positivo; enquanto 16 mil fez o teste de coleta de sangue através da veia do braço, sendo 45,8% com COVID confirmada.

Indicadores escolares

Em agosto, segundo a pesquisa, 238 mil de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, este total representava 55,73% da população desta faixa etária. Desagregando em dois grupos etários, obteve-se que 73,6% das pessoas de 6 a 16 anos de idade e 26,4% daquelas de 17 a 29 anos de idade frequentavam escola. Entre os que frequentavam 61,2% eram do ensino fundamental, 21,7% do ensino médio e 17,1% do ensino superior.

Em relação à disponibilização de atividades escolares para realizar, 68,8% teve atividades, 30,0% não teve e 1,3% não teve por que estava de férias. O contingente de pessoas que frequentavam escola, mas não tiveram atividades em agosto foi de 71 mil pessoas e o de pessoas que tiveram atividades foram de 163 mil.

Itens de higiene e proteção

Dos 231 mil de domicílios nos quais foi investigada a existência de itens básicos de higiene e proteção em quase todos havia sabão ou detergente (99,2%), máscara (98,0%) e água sanitária ou desinfetante (96,8%). Com um percentual um pouco mais baixo, porém ainda elevado, o álcool 70% estava presente em 93,4% dos domicílios. As luvas descartáveis estavam presentes em somente 30,3% das unidades domiciliares.

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