17 de abril de 2024

Após defenderem a Amazônia, bancos são desafiados a doarem R$ 36 bilhões ao Acre

O Fórum Acre 2050 desafiou nesta sexta-feira (4), véspera do Dia da Amazônia, os bancos Itaú, Santander e Bradesco a doarem anualmente R$ 36 bilhões ao estado. O valor, segundo o grupo, é referente à conta que o Acre estaria deixando de receber de receita corrente por preservar 84% de suas florestas.

Em julho, os três maiores bancos privados do país se reuniram com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e lançaram um plano integrado para contribuir com a preservação das florestas na região e o desenvolvimento sustentável.

No Facebook, o Acre 2050 mandou a fatura para as empresas. “Já que a Amazônia é de interesse de todos, segue a conta referente a preservação de 84% de mata fechada que deve ser pago ao Acre por ano. Aceitamos todos os cartões. A parcela vence todo ano”, provocou.

O post, que confunde a região amazônica com Estado, caracterizando-o como um dos mais pobres do país, finaliza dizendo que o futuro não é celebrar o dia da Amazônia, mas fazer com que as pessoas que moram na região “tenham uma vida com renda e dignidade”.

Um dos fundadores do fórum, o empresário rondoniense Rodrigo Pires (30), defensor do agronegócio como principal meio para o desenvolvimento do Acre, onde vive desde a adolescência, escreveu em seu perfil no Facebook que o estado não recebe nada por manter suas florestas e ainda fica limitado a crescer.

Ao ContilNet, ele disse que a preservação ambiental atrapalha o desenvolvimento. “O fórum acredita no equilíbrio, mas entende que é importante que o Acre tenha receita pela preservação. Devemos ser indenizados por preservar”, disse.

Em 2017, Pires foi presidente do PSL no Acre, partido que abrigou o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018 e o primeiro ano de mandato.

Rodrigo Pires: Acre fica limitado a crescer com manutenção da floresta

Quando o chefe do Executivo assumiu a presidência, o Brasil recebia milhões de dólares de países como Alemanha e Noruega para manter preservada a floresta. Após Bolsonaro hostilizar essas políticas, os países retiraram o aporte. A crise repercutiu de forma negativa dentro e fora do Brasil.

Sobre o episódio, Pires comenta: “Os últimos repasses do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIT) às ONGS chegaram próximos de 500 milhões de dólares nos últimos dois anos. Para toda a Amazônia. Percebe como parece uma quantia satisfatória quando olhamos como ‘ajuda’, mas se colocar quanto vale de verdade esses ativos mundialmente e quanto retarda o crescimento econômico para as pessoas da região a longo prazo a conta fica cara”.

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