Cinco meses ininterruptos de quarentena. Este foi o tempo que o ator Luís Lobianco, de 38 anos, se manteve recolhido em seu apartamento, na Zona Sul do Rio, para se proteger da pandemia. Acostumado com a rotina corrida, ele revela que chegou a ficar mal nos primeiros meses, mas depois se adaptou. Em agosto, colocou os pés para fora de casa pela primeira vez.
O primeiro dia que saí foi no início do mês passado para gravar a oitava temporada do “Vai que cola”, que estreia em novembro, no Multishow. Nesse mesmo período, veio o convite para eu fazer também a segunda temporada do “Diário de um confinado”, que vai falar, agora, sobre a flexibilização do isolamento — adianta ele sobre a série estrelada por Bruno Mazzeo que estreia no Globoplay hoje: — No início, eu fiquei desesperado igual ao personagem do Mazzeo, o Murilo. Depois de muito tempo dentro de casa e tomando todos os cuidados, você sai se sentindo um bebê. Eu me vi bem assustado e paranoico, mesmo com todos os cuidados que estão sendo tomados nas gravações — admite o ator.
Na série, Lobianco dá vida a Eraldo, que está isolado com a mulher e os filhos pequenos, mas já se mostra exausto das tarefas em família. Uma realidade bem diferente da vida do intérprete que conseguiu aproveitar o tempo isolado para se energizar.
— Antes da pandemia, eu estava vindo de um momento de muito trabalho. Estava emendando filme com novela, série, teatro… Eu morava na rua e passeava em casa. Da noite para o dia, isso acabou. No primeiro momento, achei que tinha que criar uma Broadway em casa e fazer muitos projetos. Mas, com o tempo, eu percebi que estava exigindo muito de mim, num momento tão difícil. E aí veio uma ressaca mesmo. Fiquei mal e sem vontade de criar nada — revela ele, que emenda: — Só que isso também passou e os trabalhos com a cara da quarentena começaram a aparecer. Acho que hoje já sou uma outra pessoa. Estou mais concentrado.
Relação fortalecida na quarentena
Casado com o músico Lúcio Zandonadi, Lobianco diz que, diferentemente de muitas relações amorosas que terminaram durante a quarentena, a dele só se fortaleceu:
Foi melhor do que eu imaginava que seria. Eu brinco que, há oito anos, eu não poderia imaginar que estava escolhendo a melhor pessoa para passar a quarentena comigo. Somos tranquilos e gostamos das mesmas coisas. A gente respeita o silêncio um do outro. Mas, mesmo assim, temos os nossos rituais. Sempre almoçamos e jantamos juntos, e, agora, estamos fazendo aula de italiano. É uma convivência muito divertida.
Além da parceria afetiva, o casal mantém um relacionamento profissional. Lúcio é colaborador da companhia teatral de Lobianco, a Buraco Show:
A gente tem exibido toda sexta-feira o nosso cabaré online, e Lúcio dá o suporte musical das apresentações da companhia. Ele faz os arranjos, canções e ainda é um crocheteiro de mão cheia. Ele cria os adereços das apresentações, todos em crochê. Já temos um acervo gigantesco.