A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) mantém uma luta antiga para conseguir a chamada dos peritos excedentes do último concurso PF, antes que ele perca a validade.
A categoria falou com autoridades e o governo prometeu agilidade com essa demanda.
De acordo com a associação, o presidente Marcos Camargo e o diretor financeiro, Willy Hauffe, estiveram se reunindo na última segunda-feira, 28, com representantes do governo para tratar do assunto.
Entre os representantes, estavam pessoas ligadas à Secretaria-Executiva da Casa Civil da Presidência da República, ao Ministério da Economia e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No encontro, o principal debate foi a convocação dos aprovados a perito do último concurso que ainda figuram na lista de espera. No total, são 15 excedentes que ainda não foram convocados ai curso de formação e a APCF luta pela chamada desses candidatos.
A categoria defende a convocação imediata desses remanescentes e pede celeridade na resolução desse problema, que já se arrasta por um bom tempo. De acordo com a APCF, os representantes dos ministérios sinalizaram de maneira positiva.
Além disso, se comprometeram a “dar agilidade aos trâmites necessários para a edição de um novo decreto.”
A ideia é que todas as etapas dentro dos órgãos sejam concluídas no início de outubro, tornando possível a participação dos candidatos no próximo curso de formação profissional, com início previsto para o dia 12.
O encontro ainda teve a participação de representantes da comissão dos aprovados, além dos assessores jurídico e parlamentar da APCF.
Também participaram o diretor Técnico-Científico da Polícia Federal, Alan de Oliveira Lopes, e a diretora de Gestão de Pessoal, Cecilia Silva Franco – que destacaram a importância da contratação dos profissionais para os quadros da PF.
Camargo relembrou que a carreira de perito foi a única que não teve o aproveitamento total dos aprovados.
“Nós temos 15 aprovados altamente qualificados que poderão contribuir com a perícia criminal federal e a Polícia Federal no combate à criminalidade.”
O presidente da APCF ainda complementou
“Há orçamento e códigos de vaga para a convocação desses candidatos excedentes. A própria PF já manifestou apoio formal para a convocação”, disse.
Último concurso PF não suprirá todo o déficit de perito
A convocação dos 15 excedentes do concurso PF para o cargo de perito seria crucial para amenizar o déficit da categoria. Até porque apenas o último concurso não será capaz de acabar com a atual carência.
A APCF, inclusive, já comentou que o déficit permanecerá mesmo com a chegada dos aprovados do último concurso, e que se faz necessário mais servidores.
E que, por isso, considera insuficiente a quantidade legal de cargos que a Polícia Federal tem, atualmente, de perito criminal federal.
Dessa forma, criou-se um projeto da própria associação que visa a criação de 200 novos códigos de vagas para essa carreira.
A distribuição por área, no entanto, ainda não foi informada, mas a luta é incessante.
Segundo a APCF, atualmente a Polícia Federal tem um quadro com 1.100 profissionais de peritos criminais na ativa.
Este número não é o suficiente para desenvolver todas as atividades de forma eficaz.
Concurso PF sem perito é ‘completamente equivocado’, diz Camargo
A Polícia Federal já recebeu um aval do presidente Jair Bolsonaro para realizar um novo concurso PF.
A previsão é de uma oferta de 2 mil vagas na corporação. Mas, esse quantitativo não engloba o cargo de perito.
Para o próprio presidente da APCF, Marcos Camargo, não haver vagas para peritos no próximo concurso uma medida completamente equivocada do atual governo.
“Fazer concurso da Polícia Federal sem contemplar a perícia criminal federal é completamente equivocado”, destacou o presidente da APCF, Marcos Camargo
Camargo ainda destacou que exite um déficit na corporação, mas que essa carência contempla todas as categorias, incluindo o perito criminal federal.
Com isso, todas precisam de concurso público e o perito não pode ficar de fora.
“Isso é inegável. Os peritos criminais federais também precisam, pois estão incluídos nas categorias funcionais da Polícia Federal.”
Bem como os demais cargos da área policial, o perito exige nível superior.
Todavia, este precisa de graduação em áreas específicas, além de CNH na mesma categoria dos demais cargos: B ou superior.
Confira as áreas do perito criminal no concurso 2018
- Área 1 – Ciências Contábeis ou em Ciências Econômicas
- Área 2 – Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia de Telecomunicações ou em Engenharia de
- Redes de Comunicação
- Área 3 – Análise de Sistemas, Ciências da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Redes de
- Comunicação ou em Informática
- Área 4 – Engenharia Agronômica
- Área 5 – Geologia
- Área 6 – Engenharia Química, Química Industrial ou em Química
- Área 7 – Engenharia Civil
- Área 9 – Engenharia Florestal
- Área 12 – Medicina
- Área 14 – Farmácia
Vagas do concurso PF estão confirmadas. Segundo o presidente da Fenapef, Luís Boudens, serão:
- 1.016 vagas de agente;
- 600 vagas de escrivão;
- 300 vagas de delegado; e
- 84 vagas de papiloscopista.
Todas as 2 mil vagas são para a área Policial. No entanto, o pedido de concurso da PF contempla, ainda, a área de apoio. Mas, para os cargos da área administrativa não há previsão de autorização.
O que precisa ter para concorrer no próximo concurso PF?
Carreira | Requisitos | Remuneração |
Agente | Nível superior em qualquer + CNH | R$12.441,26 |
Escrivão | Nível superior em qualquer + CNH | R$12.441,26 |
Papiloscopista | Nível superior em qualquer + CNH | R$12.441,26 |
Delegado | Nível superior em Direito, experiência de três anos + CNH | R$23.130,48 |
Plano Especial de Cargos da PF | Nível superior em várias áreas | R$5.559,67 |
Agente administrativo | Nível médio completo | R$4.710,76 |
Resumo concurso PF
- Órgão: Polícia Federal
- Vagas: 2.508
- Cargos: escrivão, papiloscopista, delegado, agente, agente administrativo
- Escolaridade: níveis médio e superior
- Status: aguardando autorização
- Banca: a definir
(Foto de capa: Folha dirigida)