O youtuber Felipe Neto e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são os brasileiros no ranking das cem pessoas mais influentes do mundo em 2020, da revista Times. A lista completa foi divulgada na noite dessa terça (23).
É a primeira vez que o youtuber aparece na lista. Nas redes sociais, Neto reagiu à indicação com espanto e alegria.
O texto perfil que acompanha o nome do youtuber no ranking, escrito pelo deputado federal David Miranda (Psol-RJ), descreve Neto como “o influenciador digital de maior influência no Brasil, possivelmente no mundo”. Hoje, ele coleciona 39 milhões de inscritos no Youtube e 12 milhões de seguidores no Twitter.
O texto ainda conta a história de Felipe Neto com a criação de conteúdo para a Internet e destaca o papel político do youtuber em oposição ao presidente Jair Bolsonaro.
“Arriscando sua marca e sua segurança, redirecionou sua popularidade para se tornar um dos mais efetivos opositores de Bolsonaro”, diz. “Quando Felipe Neto fala, milhões escutam. E, agora, sua justa e politizada voz ressoa poderosamente em um país cuja a democracia está em perigo”.
da lista. Apareceu na edição de 2019. Neste ano, entrou na categoria “Líderes”, ao lado de nomes como o presidente norte-americano Donald Trump e os opositores democratas Joe Biden e Kamala Harris, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente chinês Xi Jinping.
O texto perfil sobre Bolsonaro, entretanto, foi marcado por críticas, sobretudo, com relação à gestão da pandemia, da economia e do meio ambiente.
“A história do Brasil pode ser contada em números: 137 mil vidas perdidas pelo coronavírus. A pior recessão em 40 anos. Mais de 29 mil incêndios na Floresta Amazônica apenas em agosto. Um presidente cujo ceticismo teimoso sobre a pandemia e indiferença à espoliação ambiental elevou todos esses números”, diz o texto escrito por Dan Stewart, editor de internacional da revista Time.
Stewart ainda ressalta que “o número que importa” para Bolsonaro é 37 – a porcentagem de brasileiros que o aprovam, o maior índice desde o começo do mandato. “Apesar de uma tempestade de denúncias de corrupção e de um dos maiores índices de mortes de COVID-19 no mundo, o agitador de direita continua popular entre uma grande parte dos brasileiros”, critica.
Ele cita o papel do auxílio emergencial, mas também discorre sobre os seguidores mais fiéis do presidente. “Reflete os seguidores fervorosos, quase cultos, que ele comanda. Para sua base, ele simplesmente não pode errar. É o resto do Brasil e do mundo que sobra para contabilizar os custos”, conclui.
Outros destaques da lista foram a rapper Megan Thee Stallion, conhecida pelos hits “Savage” e “WAP”, o cantor The Weeknd e o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci.
Além de Bolsonaro e Felipe Neto, já apareceram na lista anteriormente os ex-presidentes Lula e Dilma Roussef, o empresário Eike Batista (antes de sua derrocada), a ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, o bilionário Jorge Paulo Lemann, o surfista Gabriel Medina e o ex-juiz Sergio Moro.