Um homem foi preso no Norte da Índia após fazer um corte, com uma foice, na barriga da esposa grávida, deixando a mulher seriamente doente e causando a morte do bebê ainda não nascido.
Segundo a polícia de Budaun, a mulher está em tratamento intensivo em um hospital da capital indiana, Nova Delhi.
O irmão da vítima contou aos investigadores que o marido queria saber o sexo do bebê. O casal já tinha cinco filhas.
“Ele a atacou com uma foice e rasgou sua barriga dizendo que queria checar o gênero do feto”, disse o irmão da mulher, Golu Singh, à Reuters.
O homem foi preso no fim de semana.
Filhas são vistas como um fardo na Índia, onde as famílias geralmente pagam dotes quando elas se casam, enquanto os homens são celebrados como os chefes de família, que herdam as propriedades e passam o nome da família adiante.
Abortos de fetos femininos foram banidos na Índia, onde a preferência por meninos levou a uma diminuição no número de meninas.
De acordo com uma pesquisa do governo divulgada em julho, a razão entre gêneros na Índia, ou seja, ou número de mulheres a cada 1000 homens, estava em 900 entre 2013 e 2015.
As leis indianas proíbem médicos e profissionais da saúde de compartilharem o sexo de uma criança não nascida com os pais, ou de fazer testes que determinem o gênero da criança.
Estigma
O incidente reflete um estigma contínuo em relação ao nascimento de meninas em certas partes da Índia. Em junho do ano passado, um vídeo de uma menina recém-nascida que foi abandonada em uma lata de lixo se tornou viral depois de ser compartilhado no Twitter .
Em 2017, uma investigação da ‘Sunday People’ descobriu que três meninas indesejadas são despejadas do lado de fora do centro de Palna, em Nova Delhi, todos os meses. Além disso, números semelhantes de crianças do sexo feminino também são abandonadas em orfanatos, hospitais e delegacias de polícia na extensa capital da Índia. [Foto: Reuters/Mansi Thapliyal]