Quando a TV surgiu no Brasil, em 1950, Léo Batista trabalhava na Rádio Difusora de Piracicaba (SP) e ficou todo entusiasmado com o aparelho. “Lembro que eu disse: ‘Ainda quero trabalhar nisso’. Mas não dava para criar expectativas, não sabíamos muito sobre este ‘rádio com imagem’. Aos poucos, vimos que não era um bicho de sete cabeças. Era algo que estava chegando para revolucionar a comunicação”, lembra o jornalista e locutor, de 88 anos.
Na Globo há 50 anos, Léo diz que demorou para ver de perto o que era um aparelho de televisão. “No início, não havia receptores, não chegava a muitas pessoas. Quando começou, em 1950, eu morava no interior de São Paulo. Não dava nem para pensar nisso.
Léo começou na TV Rio cinco anos depois da chegada da novidade ao Brasil, integrando a equipe de esportes. Ficou por lá durante 13 anos. Depois, seguiu para a TV Excelsior, onde ficou mais dois, e em 1970 chegou à TV Globo. “Estava sempre de olho, procurando me desenvolver na Rádio Globo, onde trabalhei, para ver se colhia mais à frente os frutos que plantava. Foi quando surgiu a oportunidade na TV Rio. Podia ser uma aventura, mas eu via que era o futuro. Tentei a sorte e deu certo”, conta ele.
Ligado ao mundo esportivo, o apresentador não muda de repertório nem mesmo em seus momentos de folga. “Vejo tudo de futebol. Antigamente, a Rede Vida transmitia os campeonatos amadores, da terceira, quarta e quinta divisões do estado de São Paulo. Eu via tudo sempre que era possível. A vida inteira, sempre gostei de futebol”.
Ainda na ativa, Léo se sente realizado e não pensa em parar: “Quem vai me aposentar é o homem lá de cima. Tenho uma saúde razoável para 88 anos e uma boa memória. A máquina está um pouquinho emperrada, mas no geral estou bem”.