Enquanto a tão esperada imunização contra o coronavírus não chega, o melhor remédio, segundo o médico acreano Thor Dantas, ainda é a máscara facial. Na sexta-feira (18), durante coletiva de imprensa para anúncio da classificação de risco, que acontece quinzenalmente, ele comparou o uso constante e correto do item à vacina contra a covid-19.
De acordo com o infectologista, o tecido, embora não bloqueie totalmente a passagem do vírus, impede que a pessoa seja exposta a uma grande quantidade do microrganismo. Isso pode garantir uma infecção mais branda ou até mesmo assintomática.
“É como se fosse uma proteção semelhante à vacina”, explicou o também professor de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Uninorte, que já foi infectado pelo coronavírus, tendo desenvolvido a forma potencialmente grave da doença.
Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, publicou um conteúdo no New England Journal of Medicine nesse mesmo sentido.
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Máscaras faciais são aliadas de primeira hora contra a covid-19 / Foto: Cufa-Acre
Os cientistas concluíram que, na prática, máscara e vacina se assemelham até mesmo ao proporcionarem a criação de anticorpos no organismo humano, evitando assim sintomas intensos da covid-19, que pode levar pessoas do grupo de risco à morte.
A exposição a uma carga viral reduzida é, basicamente, o princípio das vacinas. Se a quantidade de vírus que entra no corpo é pequena, o sistema imunológico consegue dar conta da infecção e ainda produzir defesa contra possíveis novas contaminações.
No entanto, as máscaras não podem substituir as vacinas, que devem ser administradas no máximo de pessoas possível assim que houver disponibilidade, o que ainda não aconteceu em nenhum país do mundo. China, Rússia, Inglaterra e Estados Unidos têm, até o momento, os estudos mais promissores para o desenvolvimento da imunização.
As quatro regras de ouro
Thor Dantas alertou ainda que a proteção contra o coronavírus fica ainda mais eficaz se o uso da máscara facial for combinado com outras três práticas. Juntas, essas medidas são o que ele chama de as quatro regras de ouro contra a covid-19.
A higiene correta e constante das mãos é uma delas. Lavar os membros com álcool em gel ou água e sabão antes de levá-los aos olhos, boca e nariz reduz a probabilidade de infecção pelo novo coronavírus.
Lavar as mãos com álcool em gel ou sabão ainda é importante / Foto: Arquivo
O distanciamento é outra medida. Evitar aglomerações e ficar a pelo menos dois metros de interlocutores garante proteção a mais contra uma possível contaminação.
Por fim, o auto-isolamento voluntário quando houver qualquer sintoma gripal pode impedir que familiares, amigos e colegas de trabalho venham a adquirir o vírus em caso de infecção.
Ainda no início da pandemia, o Ministério da Saúde e o Governo do Acre decretaram transmissão comunitária de coronavírus em todo o território nacional e local, respectivamente. Com isso, qualquer sinal de gripe ou resfriado deve ser encarado como potencial covid-19.
“Enquanto não houver o fim da circulação do vírus, ele vai continuar contaminando as pessoas, de forma mais intensa ou menos intensa. O risco individual de infecção vai permanecer até que o vírus seja controlado ou erradicado com uma vacina eficaz. Por isso essas quatro regras de ouro devem ser uma preocupação constante de todos nós”, comenta o médico.
Quase 27 mil pessoas já foram infectadas pelo coronavírus em todos os 22 municípios do Acre. Cerca de 650 acreanos perderam a vida para a doença em pouco mais de seis meses de pandemia.