Luciana e Nilson são casados há 9 anos e já sonhavam com o primeiro filho, em Campina Grande, quando o resultado positivo da gravidez veio. Em junho de 2019, Guilherme, filho do casal, viria ao mundo, mas um acidente de trabalho fez o pai perder os dois braços um dia antes do parto. O acidente aconteceu no dia 10 de junho, na véspera do dia do nascimento do menino. Hoje, aos 34 anos, Nilson Medeiros sonha em colocar próteses para segurar o filho nos braços pela primeira vez.
Nilson trabalhava em uma fábrica de lingerie. Ele estava manuseando uma máquina quando o acidente aconteceu e ele teve os dois braços cortados. Para preservar a saúde da esposa e do bebê, Luciana Miranda foi informada do acidente, mas não da gravidade da situação. O parto estava previsto para o dia 12, mas foi antecipado em um dia. Nilson não pôde assistir ao parto, o que era um sonho, e só conheceu o filho uma semana depois do nascimento. Ele nunca segurou Guilherme nos braços.
Luciana precisou abrir mão do trabalho por um bem maior: cuidar do filho e do marido. Para ela, ainda não está sendo fácil a rotina de cuidar dos dois e ainda da casa.
“A parte mais difícil é ter que cuidar do meu filho, do meu marido e da casa. Entre o meu trabalho e a minha família, a família vem em primeiro lugar, mas hoje ele depende de mim para praticamente tudo”, afirmou.
O pai considera ter nascido de novo após o acidente e ter renascido após a paternidade. Para ele, mesmo tendo sofrido o acidente, dádiva maior é estar vivo e poder acompanhar o crescimento do seu primeiro filho, que é saudável. O sonho agora é conseguir adquirir as próteses, para ter mais autonomia e também segurar Guilherme nos braços.
“Eu quero as próteses para ter mais qualidade de vida e autonomia, não igual ao que eu tinha com os membros, mas ter 50% de autonomia, pois hoje dependo 100% da minha esposa”, disse.
Emocionado, ele falou que esperou nove anos pelo momento de segurar o filho nos braços, que hoje tem um ano e três meses de vida. Mesmo não tendo os dois braços, esse sonho não morreu.
“A parte que mais me dói é não conseguir segurar Guilherme nos braços. Eu passei nove anos esperando esse momento chegar, mas eu tenho certeza que vai dar certo”.
Sem emprego e somente com um benefício do INSS, agora a família está vivendo da ajuda de amigos e de familiares, que se uniram para diminuir as dificuldades deles. Com a pandemia, ficou ainda mais difícil dar entrada na aposentadoria.
Uma amiga da família de Nilson tomou a iniciativa de fazer uma vaquinha virtual e agora a luta é para conseguir comprar as próteses dos dois braços. A meta é arrecadar R$ 160 mil.
Segundo Luciana, a expectativa pelas próteses é grande. “As próteses são muito caras e para nós é muito dinheiro. Essas próteses vão cair do céu, porque ele depende de mim para praticamente tudo. Não é fácil, mas graças a Deus estou dando conta e minha prioridade é eles dois. A gente vai poder sair mais, fazer coisas diferentes e viver a vida melhor”, disse.
Ensaio fotográfico aconteceu 40 dias antes do acidente — Foto: Luciana Miranda/Arquivo pessoal
A esposa, também emocionada, ainda falou que o marido é um verdadeiro milagre de Deus. “Eu agradeço todos os dias pela vida do meu marido. Nós estamos passando por isso juntos e eu só tenho a agradecer por ele estar vivo. Uma pessoa que, quando esteve internado, teve três paradas cardíacas e, hoje, não tem nenhuma sequela, é um verdadeiro milagre”, concluiu.
Depois de passar por esse momento difícil, Nilson aprendeu uma lição que leva para a vida, que o mais importante é respirar ao acordar.
“A gente vê por aí muita gente reclamando da vida com coisas tão pequenas e na verdade não dá valor ao que tem né? Que é o dom de respirar logo cedo quando acorda. Tem muita gente que murmura, reclama porque não compra um carro. Seja mais grato, seja mais grato à vida, porque é muito bom viver e eu tenho prova que é realmente muito bom viver”.
Quem quiser doar, pode acessar o link da vaquinha virtual ou entrar em contato com Nilson através do telefone (83) 9 8759-7311.