Seis meses depois do último compromisso pela Copa Libertadores, o Palmeiras tem nesta quarta-feira, a partir das 21h30, a chance de encaminhar a vaga para as oitavas de final da competição e de mostrar força em um dos ambientes mais temidos dos clubes brasileiros. A equipe pode ficar bem perto de classificação caso supere as dificuldades com o ar rarefeito e derrote o Bolívar, em La Paz, a 3,6 mil metros de altitude.
De lá, as equipes só viajam para La Paz horas antes da partida, com o intuito de minimizar os efeitos no elenco. Geralmente o corpo começa a dar sinais de falta de oxigênio somente algumas horas após a chegada.
Desta vez o Palmeiras fez diferente. Até pela pandemia obrigar cuidados extras com voos o clube viajou de São Paulo para a capital boliviana na noite de domingo. O objetivo foi fazer o oposto do comum. Em vez de adiar o desembarque em La Paz para os jogadores não sentirem os efeitos durante a partida, a proposta foi de tentar fazer o elenco se acostumar ao ar rarefeito antes mesmo do jogo.
“Viemos com antecedência principalmente para identificar os problemas que a altitude traz e que podem interferir diretamente nas ações de jogo. Primeiramente, um dos empecilhos é a hiperventilação, que é a respiração ofegante, depois vem a rarefação do ar, que traz uma dor de cabeça, uma tontura. Isso tudo já foi superado hoje (segunda-feira) no treino”, explicou o preparador físico do time, Antônio Mello.
O elenco realizou dois treinos no estádio Rafael Mendoza, que pertence ao The Strongest. Na primeira atividade, os atletas sentiram um pouco a diferença. “A adaptação é difícil. Agora já começamos a entender a altitude e seus efeitos. A comissão decidiu vir dois dias antes para nos aclimatarmos melhor e isso vai ajudar bastante. Precisamos jogar de maneira inteligente”, disse o zagueiro Gustavo Gómez, que atuou em La Paz algumas vezes pela seleção paraguaia em Eliminatórias.
O time terá três desfalques para a partida. Patrick de Paula, Lucas Lima e Luiz Adriano estão com problemas físicos, não treinaram na terça e serão poupados. “Diante das nossas necessidades e dos próximos confrontos, tanto no Brasileiro quanto na Libertadores, optamos, em conjunto Núcleo de Saúde e Performance e comissão técnica, em tirar esses três atletas da partida contra o Bolívar”, afirmou o coordenador científico do clube, Daniel Gonçalves.
PARADO – O adversário do Palmeiras não joga desde 14 de março. O Bolívar está em pré-temporada desde o fim de julho, mas sente falta da oportunidade de disputar jogos oficiais. O nome mais conhecido do time é o atacante veterano Juan Carlos Arce, de 35 anos, que teve passagem no futebol brasileiro por Portuguesa e Corinthians.
O Bolívar tem uma vitória nesta Libertadores por ter batido o Tigre dentro de casa e durante a paralisação realizou quatro contratações.