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Petrobras pisa no freio e adia venda de ações remanescentes da BR Distribuidora

Por O GLOBO

As incertezas que rondam a economia mundial com o recrudescimento da pandemia em alguns países tem provocando sucessivas perdas nas Bolsas em todo o mundo nos últimos dias, inclusive na de São Paulo, a B3. Neste cenário, a Petrobras resolveu pisar no freio do plano de vender sua participação remanescente na BR Distribuidora por meio de uma oferta de ações.

Depois de vender na Bolsa o controle da maior distribuidora a de combustíveis do país no ano passado, o que na prática representou a sua privatização, a Petrobras se preparava agora para realizar uma nova oferta pública (chamada follow-up) para se desfazer da fatia de 37,5% das ações da BR que manteve. A operação foi autorizada pelo Conselho de Administração da companhia em agosto.

No entanto, a estatal adiou os planos. Luiz Carvalho, analista do banco UBS, lembra que a própria Petrobras já havia afirmado que não faria a operação se os preços estivessem abaixo do valor da venda do controle no ano passado, que foi de R$ 24,50 por ação.

No início da tarde desta terça-feira as ações da BR foram negociadas a R$ 21,54, com alta de 1,6%.

“Já era esperado (o recuo da Petrobras)”, diz Carvalho.

A estatal pretendia se beneficiar da valorização das ações da distribuidora após a privatização para aumentar a arrecadação com a venda dos papéis dentro do seu plano de desinvestimentos para reduzir endividamento. No entanto, a pandemia golpeou o consumo de combustíveis em todo o mundo, prejudicando as empresas do setor.

Se a venda da participação remanescente da Petrobras na BR Distribuidora se fosse feita agora, poderia render ao menos R$ 9,3 bilhões, considerando o atual valor de mercado. Em julho do ano passado a Petrobras levantou R$ 8,6 bilhões com a venda de 40% das ações da BR Distribuidora, que já tinha ações negociadas em Bolsa.

Em nota, a Petrobras afirmou que não definiu o momento de lançamento da oferta pública secundária para a venda integral de sua fatia restante de 37,5% do capital social da BR Distribuidora.

A estatal informou que, entre as várias etapas que precisam ser cumpridas para realizar a operação, o ambiente no mercado de capitais é importante.

“A operação está sujeita, entre outros fatores, às condições de mercado, a aprovações adicionais dos órgãos internos da Petrobras, notadamente quanto ao preço, e à análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e demais órgãos reguladores e autorreguladores, nos termos da legislação aplicável”, diz o comunicado.

A distribuidora, que tem 7.700 postos em todo país, é um dos ativos do plano de desinvestimentos, que envolve a venda de negócios em áreas como gás, refino e energia para reduzir a dívida e concentrar investimentos na exploração e produção de petróleo em águas profundas no pré-sal. [Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo]

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