Segundo a polícia, os crimes eram cometidos por uma associação criminosa, que atuava da seguinte forma: agentes públicos com acesso ao CadÚnico eram aliciados pela organização para alterarem os dados de pessoas de baixa renda constantes do referido sistema de cadastramento, em especial, os nomes das mães e endereços.
Após essa fase, os integrantes da associação criminosa ligavam no canal de atendimento da Caixa e solicitavam o encaminhamento dos cartões cidadãos para os endereços fictícios e em comum cadastrados pelos agentes públicos cooptados.
O esquema ainda tinha a ajuda de um carteiro dos Correios. “Esses cartões chegavam à posse dos membros da associação criminosa; em sequência, eles telefonavam para a Unidade de Resposta Audível da Caixa e realizavam o pré-cadastramento de suas senhas”, diz a investigação.
Posteriormente, de acordo com a polícia, os criminosos se dirigiam a uma lotérica situada na zona sul e efetivavam a confirmação daquelas senhas, com o auxílio de uma funcionária do estabelecimento, que recebia cerca de R$ 30 por senha confirmada.
“Por fim, o grupo executava os saques indevidos dos benefícios em diversas agências bancárias de São Paulo, sempre no exato dia e na primeira hora em que os benefícios eram liberados, a fim de evitar que os reais beneficiários identificassem as fraudes a tempo e os benefícios fossem bloqueados”, diz o inquérito.
Conforme registrado em interceptação de ligações telefônicas, os membros da associação criminosa vinham atuando em fraudes contra diversos programas sociais, como seguro desemprego e Bolsa Família, há cerca de 4 anos, além de promoverem outras fraudes contra particulares.