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Resultados dos testes de vacinas contra a covid-19 começarão a ser divulgados este mês

Por O GLOBO

As indústrias farmacêuticas que investiram em testes para desenvolver uma vacina contra a covid-19 devem divulgar seus primeiros resultados ainda neste mês. A Airfinity, consultoria especializada em análise que acompanha com atenção os testes que vêm sendo feitos, acredita ser este um momento crucial para prever o grau de sucesso das iniciativas.

Em meados de setembro, a AstraZeneca, que realiza testes no Brasil em parceria com a Universidade de Oxford, já poderá saber, prevê a Airfinity, se a sua tentativa teve sucesso. Duas concorrentes — a Moderna e a BioNTech — também podem ter dados importantes antes de 22 de outubro, quando têm uma reunião agendada com o FDA (Food and Drugs Administration), órgão americano similar à Anvisa.

A BioNTech, em parceria com a Pfizer, faz testes em São Paulo e Salvador. Uma quarta candidata, a chinesa Sinovac Biotech, também em fase de testes no Brasil, pode ter resultados preliminares neste mesmo período.

Elas são algumas das sete potenciais vacinas contra o coronavírus em estágio avançado de testes ao redor do mundo, sendo quatro delas chinesas. Esses primeiros resultados são chamados de “leituras provisórias”.

Indicador inicial importante

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se posicionou, na segunda, de forma firme, contra a aprovação de uma vacina antes que seus riscos e benefícios fiquem claros. Mas, com o ressurgimento do vírus na Europa (com índices se aproximado aos de março) e a pandemia mantendo força na Índia e nas Américas, os números iniciais serão um indicador importante.

“Os primeiros resultados devem ser suficientes para nos dar uma boa ideia de para onde estamos indo. E eles sugerem que estamos indo mais rápido do que se poderia imaginar”, disse o diretor da Airfinity, Rasmus Bech Hansen.

Cada uma dessas vacinas experimentais já se mostrou promissora em estudos menores, controlados e voltados para averiguar a segurança do insumo. São dados essenciais: ao contrário dos medicamentos, as vacinas são normalmente administradas em pessoas relativamente saudáveis, e não podem criar outros problemas de saúde ou riscos graves.

A prova decisiva, porém, se dará em um estudo grande o suficiente para mostrar com alto grau de certeza se uma vacina candidata pode funcionar no mundo real. Isso requer dezenas de milhares de participantes, em comparação com as poucas centenas de pessoas que tomaram as vacinas nos testes iniciais até o momento.

No Brasil, a primeira vacina autorizada para testes foi a desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O estudo está sendo conduzido no país em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto D’Or, no Rio e em Salvador, com voluntários recebendo a fórmula nas três cidades. O Ministério da Saúde fechou um acordo com a AstraZeneca de transferência de tecnologia para a fabricação de vacinas no Instituto Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A segunda, do laboratório chinês Sinovac Biotech, é testada em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Foram trazidas 20 mil doses ao país, que estão sendo aplicadas em até 9 mil voluntários em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Já a vacina da BioNTech, em parceria com a Pfizer, está sendo testada em mil voluntários nas cidades de São Paulo e Salvador.

[Foto de capa: Fotoarena/Agência O Globo]

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