Agentes de resgate de Beirute vasculharam com sensores, nesta sexta-feira, os destroços de um edifício desmoronado depois que sinais de vida foram detectados sob uma pilha de escombros um mês depois de uma explosão enorme abalar a capital do Líbano.
Trabalhadores retiraram pedaços de concreto e alvenaria enquanto escavavam no distrito residencial de Gemmayze. Ontem (3) agentes de resgate disseram ter captado sinais de pulsação e respiração, disse uma testemunha à Reuters.
A explosão de 4 de agosto, na região portuária da capital libanesa, foi causada por quantidades imensas de nitrato de amônio mal armazenado. Cerca de 190 pessoas morreram e 6 mil ficaram feridas em uma nação já devastada por uma crise econômica.
“A máquina está dizendo que há uma [pessoa] viva, um batimento cardíaco, e o cão está marcando um cadáver no local. Esta é a teoria. Agora estamos procurando para ter certeza”, disse Mansour Al Asmar, agente de resgate voluntário libanês no local.
Um guindaste ajudava a erguer vigas de aço e outros destroços pesados das ruínas com cuidado.
Moradores se aglomeravam nas proximidades torcendo para que alguém fosse encontrado. Alguns disseram que o governo não fez o suficiente para ajudar.
“O governo tem sido completamente complacente, tem sido completamente ausente”, disse Bou Chedid, voluntário de um grupo que ajuda vítimas da explosão.
Perto do local, Mohamed Khoury, de 65 anos, disse torcer para que alguém seja encontrado com vida, mas que, mesmo que só corpos sejam retirados, “é importante que suas famílias possam encontrar a paz”.
A explosão arrasou uma parte da capital, destroçando distritos como Gemmayze, que abriga muitos prédios antigos e tradicionais – alguns dos quais desabaram por causa da onda de choque.
Os agentes de resgate, inclusive voluntários do Chile, usaram equipamento de escaneamento para criar imagens em 3D dos escombros para tentar encontrar pessoas vivas, mostraram imagens da televisão local.
O edifício sendo averiguado já abrigou um bar no térreo.
O Exército do Líbano pediu um minuto de silêncio às 18h07 desta sexta-feira para marcar um mês da tragédia.
(Foto de capa: REUTERS)