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Trabalhadores dos Correios suspendem greve no Acre nesta terça-feira

Por LEANDRO CHAVES, DO CONTILNET

A greve dos trabalhadores dos Correios chega ao fim nesta terça-feira (22) após 36 dias. No Acre, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect-AC), Suzy Cristiny, confirmou que a categoria retorna ao serviço normalmente.

Nesta segunda (21), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o fim da paralisação após aprovar reajuste de 2,6% para os funcionários e manter 29 das 79 cláusulas do acordo coletivo revogadas unilateralmente pela empresa, atitude essa que deu início à greve.

Esses pontos tratavam, entre outras questões, de valores referentes a auxílio alimentação, plano de saúde, férias, salários e fundos de pensão. Elas deveriam ser praticadas na sua totalidade até o fim de 2021, conforme pacto firmado entre governo e trabalhadores.

Os servidores voltam ao serviço de forma crítica à decisão do TST. Eles queriam o retorno de todas as cláusulas e a interrupção do processo de privatização da estatal em curso.

Ao ContilNet, Cristiny considerou “muito ruim” o resultado do julgamento, embora tenha reconhecido que alguns ministros, cujos votos foram vencidos, se dedicaram à matéria e entenderam as demandas dos trabalhadores.

Duas das principais cláusulas defendidas pela categoria, a do plano de saúde e a do auxílio alimentação, que haviam sido desfiguradas pela direção dos Correios, retornam após o julgamento do tribunal.

No entanto, a sindicalista afirmou que, diferentemente do que foi acordado no pacto coletivo, desta vez não há valores determinados e negociados sobre esses itens, ficando os números à mercê da empresa para que ela defina à sua maneira.

“Em um ato desumano e cruel, retiram nossos direitos no meio de uma pandemia. Logo nós, que prestamos um serviço que nos expõe a riscos. Daí depois eles voltam somente com alguns desses direitos, porém de forma mais frágil. Por isso considero o resultado um golpe histórico. O sentimento é de revolta diante desse ataque”, lamenta.

Para Cistiny, o reajuste de 2,6% é, na verdade, uma reposição irrisória que não vai compensar as perdas. Os trabalhadores pleiteavam, inicialmente, 5%. Ela afirma que governo tem enfraquecido a categoria com o intuito de enxugar gastos e prejudicar os trabalhos para, finalmente, vender a ideia de que a privatização é a alternativa para melhorar a qualidade do serviço.

Apesar de a greve ter sido suspensa, a categoria continua alerta e pode deflagrar um novo movimento a depender de como a empresa vai conduzir as reivindicações a partir de agora.

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