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Ultraconservadora católica será a indicada de Trump para a Suprema Corte

Por O GLOBO

Na véspera do anúncio oficial da indicada de Donald Trump para substituir a juíza Ruth Bader Ginsburg, falecida na sexta-feira passada, na Suprema Corte, a imprensa americana afirma que Amy Coney Barrett, integrante da Corte Federal de Apelações da Sétima Região, em Chicago, foi a escolhida por ele.

Católica com posições vistas como ultraconservadoras em temas como aborto, imigração e direito ao porte de armas, Barrett será a terceira integrante do máximo tribunal americano indicada por Trump. Ela já era a favorita de grupos religiosos que apoiam o presidente, que têm como meta derrubar o direito ao aborto referendado pela corte nos anos 1970.

Se ela for confirmada pelo Senado, como a maioria republicana na Casa vem indicando que será, consolidará o domínio dos conservadores na corte, que agora terão seis votos contra três de magistrados progressistas.

De acordo com as informações de pessoas que tiveram acesso ao processo de escolha, a juíza, que foi indicada por Trump para a corte de apelações, em 2017, causou uma boa impressão no presidente ao se reunir com ele na Casa Branca durante a semana. Segundo o New York Times, algumas lideranças conservadoras a compararam ao juiz ultraconservador Antonin Scalia, indicado por Ronald Reagan, que morreu em 2016.

Em 2017, Barrett fez críticas à Suprema Corte por ter decidido favoravelmente à manutenção do chamado Obamacare, um plano do governo do democrata para tentar garantir que todos americanos tenham acesso a um seguro de saúde.

Com a iminente confirmação, a substituição da juíza Ginsburg na Suprema Corte, a cerca de 40 dias da eleição presidencial, promete se tornar uma batalha política. Trump quer aprovar o nome da sucessora antes da votação de 3 de novembro, um movimento que encontra respaldo em boa parte dos senadores republicanos, que dominam a Casa e precisam de maioria simples para a confirmação.

Por outro lado, os democratas lembram que os republicanos bloquearam uma tentativa semelhante de indicação, por Barack Obama, em 2016, também a meses da eleição, alegando que caberia apenas ao presidente seguinte escolher o novo juiz, que substituiria justamente Antonin Scalia. Trump acabou indicando Neil Gorsuch em abril de 2017.

Até o momento, apenas dois dos 53 senadores republicanos disseram publicamente que não apoiam a estratégia do governo de correr com a aprovação. [Foto de capa: Matt Cachore/Notre Dame/Via Reuters]

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