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77 milhões de pessoas morreriam se esperássemos a imunidade de rebanho

Por NATAN DI FRANÇA, PARA CONTILNET

Aerial view of coffins being buried at an area where new graves have been dug at the Parque Taruma cemetery, during the COVID-19 coronavirus pandemic in Manaus, Amazonas state, Brazil, on April 21, 2020. - Graves are being dug at a new area of the cemetery for suspected and confirmed victims of the COVID-19 coronavirus pandemic. (Photo by MICHAEL DANTAS / AFP)

A comunidade científica não tem poupado esforços para combater falácias e fake news sobre o novo coronavírus. Nesta última semana, Soumya Swaminathan, diretora científica da Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou que a estratégia de imunidade de rebanho é ineficaz e perigosa.

Segundo ela, se esperássemos pela imunização coletiva, teríamos um resultado catastrófico: cerca de 1% da população mundial morreria. Para quem desconhece do termo, o alergista Guilherme Pulici, conceitua:

“A imunidade de rebanho é uma condição, um termo utilizado na imunologia, que diz respeito a situação em que uma grande parte da população já contraiu a doença e isso acaba diminuindo a propagação da mesma. Ou seja, a maioria das pessoas já pegou doença, está imune e não contrai e nem transmite a doença”, diz.

Portanto, a imunidade de rebanho estaria consolidada quando grande parte das pessoas já tivessem sido contaminadas. Desta maneira, através da imunização coletiva, o restante da população estaria protegido. Essa estratégia, tratando-se do novo coronavírus, torna-se ineficaz com o tempo.

“Nós não sabemos por quanto tempo ela dura (imunidade do coronavírus). Estamos falando de vírus RNA, com capacidade de mutação desconhecida, por isso existem subtipos do vírus já circulando no mundo e casos de reinfecção. Portanto, somente o tempo será capaz de dizer se a imunidade do coronavírus é duradoura e por quanto tempo vai durar” disse Pulici.

O médico ainda alerta sobre o grande número de negacionistas, grupo que vem crescendo e recebendo apoio nas redes sociais. Estes são responsáveis por muitas das fake news que a comunidade científica tem combatido.

“Não há o que se discutir. O conhecimento científico é adquirido com muito estudo e metodologia específica. Isso demanda tempo e dinheiro. A melhor saída, portanto, é ignorá-los.”

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