América do Sul: Argentina ultrapassa 1 milhão de casos confirmados de covid-19

A Argentina ultrapassou nesta segunda (19) a barreira de um milhão de infecções confirmadas pelo coronavírus covid-19. O governo argentino informou que, durante o último dia. houve 12.982 pessoas com resultado positivo, e o número total de infectados atingiu 1.002.662. O país é só o quinto no mundo a atingir tal marca, depois de Estados Unidos, Índia, Brasil e Rússia, mas, com 44 milhões de habitantes, têm a menor população do grupo.

Os leitos de terapia intensiva ocupados por pacientes com coronavírus em todo o país ultrapassam 64% do total, afetando especialmente algumas províncias, onde as unidades de tratamento intensivo estão perto do colapso.

O país adotou uma quarentena preventiva extensa e precoce em março, que permitiu atrasar a propagação da pandemia, mas os índices dispararam nos últimos meses, conforme o isolamento foi sendo reduzido. Isto levou o país a reintroduzir medidas de distanciamento social em algumas províncias do interior.

Nas últimas semanas houve um forte crescimento de casos nas grandes cidades do interior da Argentina, depois de Buenos Aires e arredores — que já conseguiram estabilizar as infecções — serem durante meses as regiões mais afetadas.

No último dia, 451 óbitos foram cadastrados no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e o total de óbitos registrados em nível nacional atingiu 26.716. Os recuperados confirmados são 803.965.

A taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados é de 2,7%, e o índice de mortalidade por coronavírus é de 579 pessoas por milhão de habitantes, afirmou Alejandro Costa, subsecretário de Estratégia de Saúde, antes da apresentação dos dados em uma entrevista na noite desta segunda-feira.

Os dados de contágio são preocupantes e se juntam a outros desanimadores: há mais de um mês, a Argentina é, segundo os Centros de Controle Epidemiológico Europeus, o país com maior número de mortes diárias por milhão de habitantes, com cerca de oito. Segundo o site especializado Our World In Data, seguem-se a República Tcheca com cerca de 5, Israel com pouco mais de 4, Colômbia com pouco mais de 3, Espanha com cerca de 2,5, México com 2,43, Brasil com 2,40 e Bolívia com 2,17.

A testagem em larga escala como estratégia para rastrear infecções e conter o contágio no país ficou aquém da velocidade com que a pandemia se espalhava pelas províncias. A proporção de positivos nos exames para diagnosticar a covid-19 atingiu hoje seus maiores valores desde março, ultrapassando os 50%, sem haver um aumento do número de exames diários realizados no país na escala necessária.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% de positividade é aceitável. Caso esse percentual seja excedido, isso significa que ocorrem testes de maneira insuficiente. O valor ideal é 5% ou menos.

— Todos nós pensamos que a pandemia na América duraria um pouco, não como na Ásia, mas sim como na Europa, que está tendo um surto muito forte hoje. Mas por algum motivo que não é muito explicado, eu, pelo menos, não tenho a explicação e li tudo que existe, ela está tendo uma duração inesperada, em toda a América, do Alasca à Terra do Fogo — disse o ministro da Saúde, Ginés González García, em entrevista à Rádio Continental.

O ministro se disse esperançoso:

— Já em março poderemos ter a vacina em massa, mas antes disso vamos vacinar, conforme pudermos. Mas a data exata não é conhecida pelos próprios fabricantes, pois não sabem quando será aprovada.

A Argentina está produzindo, em parceria com o México, uma vacina do laboratório AstraZeneca.

Sobre esta questão, o responsável pela pasta da Saúde da Grande Buenos Aires, Fernán Quirós, indicou que “os fabricantes deram uma certa garantia de que para aquele mês, na cidade, poderia haver produção local para iniciar uma distribuição de determinada magnitude”.

Mas Quirós foi mais cauteloso do que o ministro:

— Somente entre novembro e dezembro os resultados da fase três dos testes serão conhecidos para ver a eficácia dessas vacinas. [Foto de capa: Agustin Marcarian/Reuters]

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