Uma pesquisa realizada pelo site de traição e relacionamentos extraconjugais Ashley Madison revelou que o Brasil é o país com mais usuários novos na plataforma em 2020. Do total de 65 milhões de inscritos em todo o mundo, 12 milhões são brasileiros, e 1,3 milhão integrou a ferramenta neste ano, o que dá uma média de 35 mil novos integrantes por semana. Segundo o estudo, o isolamento causado pela pandemia pode ter influenciado a infidelidade das pessoas.
A plataforma diz que o Brasil lidera o ranking mundial dos 20 países com mais pessoas inscritas per capita no site entre o período de 1º de janeiro e 28 de setembro. Somente no mês de agosto, mais de 18 mil pessoas se cadastraram na ferramenta, que foi desenvolvida com o objetivo de ajudar pessoas comprometidas a marcarem encontros casuais.
O relatório, intitulado “Amor além do lockdown”, foi criado para entender como a quarentena pode ter influenciado a prática da infidelidade no casamento. De acordo com o estudo, a pandemia fez com que 53% das pessoas convivessem com seus cônjuges por mais tempo do que antes. Essa nova rotina, segundo a empresa, desencadeou uma convivência não tão agradável entre os pares, que acabaram procurando uma relação extra como válvula de escape.
O site aponta que a insatisfação com a vida sexual foi responsável por 64% das traições cometidas pelos membros entrevistados. Outros 60% informaram que tentaram contornar a escassez sexual com masturbação para evitar as traições.
As desculpas mais utilizadas pelos usuários para esconder um momento de traição foram “estou trabalhando” (38%), “vou ao mercado” (13%), “vou dar um passeio a pé/de bicicleta” (10%) e “preciso de um tempo para mim” (9%). Além disso, 74% dessas pessoas revelaram que é improvável que parem de ter relações físicas depois que a pandemia passar.
74% dos usuários revelou que não vai parar de encontrar seus amantes depois da pandemia — Foto: Pond5
Segundo o relatório, parte dos usuários infiéis tomaram alguns cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. 41% confessou que usou álcool em gel regularmente, 36% evitou multidões e 11% se limitou a encontros em lugares abertos. Quanto ao local de encontro, 46% utilizou motéis ou hotéis, 37% se encontrou em casa e 6% traiu dentro do carro.
Além disso, os entrevistados informaram que, até que haja uma cura para a Covid-19, estão sendo seletivos ao escolher um amante, e que pretendem usar a criatividade para promover o distanciamento social durante os encontros extraconjugais.
Mais da metade dos participantes revelou que pretende manter apenas um parceiro fixo como forma de prevenção, até que haja uma vacina contra a doença. Outros 43% preferem esperar para ter casos e relações sexuais com os amantes.
Site de traição Ashley Madison promete oferecer uma experiência discreta — Foto: Thayna Cruz/TechTudo
O perfil dos brasileiros infiéis
Segundo o serviço, a idade média dos brasileiros inscritos na plataforma é 33 anos, e há mais mulheres do que homens cadastrados. Em um relatório de membros inscritos divulgado em 2019, para cada conta masculina paga ativa no site, existiam 2,5 contas femininas.
Segundo o diretor de estratégias da Ashley Madison, Paul Keable, o Brasil é o maior mercado da plataforma fora da América do Norte. “Vemos um grande interesse [dos brasileiros] em nosso site ano após ano, mesmo durante a pandemia de Covid-19. Estamos continuamente desenvolvendo novos recursos e funções para ajudar nossa comunidade de pessoas que pensam de modo semelhante a se encontrarem e se conectarem”.
“Os casos no trabalho começam quando as pessoas trabalham tarde da noite com um colega, vão em viagens de negócios, etc., e podem comprometer não apenas o casamento, mas também a carreira. Uma das nossas intenções é tirar os casos extraconjugais do ambiente de trabalho e dar às pessoas uma plataforma para encontrar alguém fora de seu círculo social e de forma discreta”, explica o executivo.