Calcinha, panela e bunker: locais já usados por políticos para esconder dinheiro

Durante a deflagração de uma operação que investigava desvio de dinheiro das ações de combate à Covid-19, agentes da Polícia Federal (PF) encontraram dinheiro vivo na cueca do vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR) . O caso aconteceu na última quarta-feira (15) e, segundo os oficiais, o homem levava cerca de R$ 30 mil e parte do valor estava entre suas nádegas e dentro do seu ânus.

Apesar de inusitado, este não é o primeiro caso do gênero que aconteceu no Brasil. Relembre outros esconderijos criativos utilizados por políticos para esconder dinheiro:

Geddel Vieira Lima

Em setembro de 2017, a PF encontrou R$ 51 milhões em dinheiro vivo dentro de um apartamento em Salvador que seria utilizado pelo ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima . A unidade residencial ficou conhecida como “bunker do Geddel”. No local, os oficiais encontraram o dinheiro dentro de malas de viagem e caixas de papelão.

Dinheiro geddel
Divulgação/Polícia Federal Apartamento em que dinheiro foi encontrado foi apelidado de “bunker do Geddel”.

A PF chegou ao local após suspeitar de que o político estaria utilizando o apartamento para dinheiro e provas de atos ilícitos. Na época da ação da polícia, ele cumpria prisão domiciliar na Bahia.

José Guimarães

Em 2005, o assessor do deputado José Guimarães (PT-CE), José Adalberto Vieira, ficou famoso ao ser flagrado com US$ 100 mil escondidos dentro de sua cueca enquanto estava no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Além disso, também foram encontrados R$ 209 mil dentro de uma maleta que o assessor levava.

José Guimarães
Luis Macedo/ Câmara dos Deputados – 14.12.15. Anos depois do caso, José Guimarães foi liberado do processo

Segundo o Ministério Público, os dólares seriam oriundos de uma propina que José iria receber por ter intermediado o financiamento entre um consórcio de energia e o Banco do Nordeste do Brasil. Entretanto, a Justiça livrou o deputado do processo em 2012, alegando não haver provas que ligassem José ao dinheiro apreendido com o assessor.

Átila Jacomussi

O ex-prefeito da cidade de Mauá, na Grande São Paulo, Átila Jacomussi (PSB), protagonizou outro caso bizarro ao esconder R$ 80 mil dentro de uma panela. O mandatário foi alvo da Operação Prato Feito. Na mesma ação, outros 22 vereadores foram investigados pela polícia. Vale ressaltar que, anteriormente, duas ações de impeachment contra Átila foram rejeitadas pelo placar de 22 a 1. Atualmente, ele disputa a reeleição na cidade.

Artur Parada Prócida

Na mesma operação, a PF investigou Artur Parada Prócida (PSDB), que era prefeito da cidade de Mongaguá, no litoral de São Paulo. Na casa do mandatário, foram encontrados R$ 4,6 milhões e US$ 217 mil escondidos dentro do guarda-roupa. Meses depois, Artur teve o mandato cassado e deixou de ser prefeito da cidade.

João Bosco

Prefeito Uiraúna

Divulgação/Polícia Federal. Caso aconteceu no fim do ano passado

Em dezembro de 2019, o prefeito de Uiraúna, na Paraíba, João Bosco Fernandes (PSDB), foi flagrado pelos agentes da PF colocando R$ 25 mil dentro de sua cueca. Ele foi alvo da Operação Pés de Barro, que era ação que visava desarticular um grupo dedicado a pagamentos ilícitos e superfaturamento de obras no sertão do estado.

Nelma Kodama

Nelma Kodama

Reproduçao TV Globo. Nelma Kodama durante depoimento na CPI da Petrobras em 2015.  

Em março de 2014, a doleira Nelma Kodam a foi presa enquanto embarcava rumo à Europa no Aeroporto de Guarulhos. Na ocasião, a PF encontrou €200 mil na calcinha da mulher. Ela alegou que não declarou o dinheiro porque a Receita Federal estava fechada e que usaria a quantia para comprar imóveis na Europa.

Peter Cassol

No começo de junho de 2020, o secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde do Pará, Peter Cassol, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Durante o cumprimento da ordem, a PF encontrou R$ 748 mil na residência do secretário. Outros R$ 60 mil foram encontrados na posse de Leonardo Nascimento, assessor do gabinete do governador Helder Barbalho (MDB). Cassol foi exonerado do cargo depois do caso.

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