Clima de desconfiança domina relação entre Polícia Civil e procurador-geral do Pará

O clima entre a Polícia Civil e o procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Martins, é de desconfiança total. Os problemas começaram no mês passado, quando Martins informou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que não tinha o conhecimento da compra de um equipamento de gravação adquirido pela Polícia Civil.

A notícia foi rebatida pelo órgão, que convocou uma entrevista coletiva para mostrar um documento em que comunicava ao Ministério Público a compra do equipamento. O clima azedou de vez, porém, a partir do dia 9 deste mês, quando o então secretário de Saúde de Belém, Sérgio Figueiredo, que também é cunhado do procurador-geral, foi alvo de uma investigação da Diretoria Estadual de Combate a Corrupção (DECOR) da própria Polícia Civil do Pará. O órgão apura se houve crimes de fraude à licitação, falsificação de documento e superfaturamento na compra de respiradores.

Um dos fatos que acendeu o alerta da Polícia Civil e da cúpula do governo é que, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão relacionados ao ex-secretário de Saúde, os policiais foram surpreendidos pela presença do tenente-coronel da Polícia Militar Afonso Santos, no local. Na ocasião, ele se apresentou como representante do chefe do Ministério Público.

Santos trabalha no gabinete do procurador-geral do Pará. Após o episódio, a Corregedoria da PM abriu uma investigação interna para apurar se o tenente-coronel tentou obstruir a ação que investiga supostos desvios ligados à compra de respiradores. [Foto de capa: Governo do Pará]

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