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É #FAKE que voluntária que tomou CoronaVac tenha sido entubada após choque anafilático

Por O GLOBO

Circula nas redes sociais que uma profissional de saúde que recebeu a CoronaVac, vacina de fabricação chinesa testada pelo Instituto Butantan, foi hospitalizada e entubada por conta de uma reação grave ao imunizante. Segundo a mensagem, isso aconteceu em Barretos (SP). É #FAKE.

Procurado pela CBN, o Instituto Butantan nega a informação: “É inverídica a informação de que uma das voluntárias dos estudos clínicos da vacina CoronaVac, realizados no Hospital do Amor, em Barretos, tenha sofrido choque anafilático e passado por entubação após receber dose do imunizante. Apenas uma voluntária teve reação moderada possivelmente associada a seu histórico de saúde, e não à vacina. Foi prontamente atendida, liberada e segue monitorada”.

O Butantan esclarece que não há relatos graves de nenhum dos voluntários. “Os testes realizados com a CoronaVac mostram que a vacina possui um excelente perfil de segurança, sem constatação de reações adversas significativas até o momento. Dos mais de 50 mil voluntários vacinados na China, 94,7% não tiveram nenhuma reação adversa.

Outros 5,36% sentiram efeitos adversos de grau baixo. Entre os mais frequentes estão dor leve no local da aplicação em 3,08% dos voluntários, fadiga em 1,53% e estado febril moderado em 0,21% das pessoas. Os demais 0,54% apresentaram perda de apetite, dor de cabeça, fadiga e febre.”

Um comunicado falso atribuído à Secretaria de Saúde de Barretos tem sido compartilhado. A mensagem afirma que a profissional de saúde em questão foi entubada no Hospital do Amor “segundo informações de familiares, grupo de setores do hospital e também de testemunhas”, e que a pessoa “teve um choque anafilático e edema agudo de pulmão”.

Procurada, a secretaria de Barretos rechaça o texto: “Trata-se de fake news. A Secretaria de Saúde nunca expediu tal nota”.

O Hospital de Amor reforça que se trata de uma informação falsa, e que nenhuma voluntária dos estudos tocados na unidade sofreu choque anafilático e foi entubada depois de tomar a CoronaVac.

O hospital é um dos 16 centros de pesquisa que estão participando do estudo coordenado pelo Butantan, e que abarca 13 mil voluntários, profissionais da saúde que trabalham no atendimento a pacientes com a covid-19. Estes centros ficam em sete estados e no Distrito Federal.

Há meses, a vacina da empresa chinesa Sinovac, assim como outros imunizantes testados para a covid-19, é alvo de boatos que circulam nas redes sociais. Por exemplo, no mês passado, viralizou que três jovens morreram depois de tomar a CoronaVac em São Paulo. A equipe do Fato ou Fake desmentiu a afirmação.

Também já circulou que o imunizante usa células de fetos abortados, outra informação falsa desmentida. O fato de a pandemia do coronavírus ter se originado na China (em dezembro no ano passado) faz com que as mensagens virais tenham, em geral, tom xenofóbico.

A CoronaVac é um dos mais promissores imunizantes testados no mundo para a Covid-19. Os estudos realizados no Brasil são para atestar sua eficácia contra o coronavírus e segurança para as pessoas. A expectativa, se tudo correr conforme o esperado, é que a vacinação da população comece já em dezembro. [Foto de capa: Reprodução]

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