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EUA/Eleições: Votação antecipada começa hoje na Florida

Por NOTÍCIAS AO MINUTO

O voto antecipado no estado da Florida para as eleições presidenciais norte-americanas começa hoje às 07h00 (8h00 no horário de Brasília) com os dois candidatos disputando o voto das comunidades hispânicas que podem decidir o resultado final.

Os “latinos” representam cerca de 20% dos eleitores da Florida e, por isso, nos últimos anos converteram-se num fator político muito relevante para as vitórias eleitorais.

“Eu participei em todas as campanhas republicanas desde o primeiro mandato de [Ronald] Reagan, em 1979 e [Donald] Trump vai ganhar. Nunca vi uma campanha tão forte como esta, em todos os Estados Unidos”, disse à Lusa Tony Cruz, 80 anos.

Para o exilado cubano, estabelecido como pequeno empresário em Miami, o “fator econômico” é uma marca do mandato da administração Trump, notando que “houve trabalho para todas as pessoas”, sendo que há quatro anos “as pessoas estavam morrendo de fome”.

Nos atos de campanha que decorreram durante o fim de semana, os apoiantes de Donald Trump empenharam-se em organizar grandes desfiles que depois de uma concentração de milhares de carros se dirigiu para o centro da cidade de Miami.

A participação na campanha é elevada, apesar da crise sanitária que no estado da Florida já matou 15.400 pessoas, havendo até ao momento 736 mil contágios de SARS CoV-2, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

“Eu não tenho medo [da covid-19]. Eu estive preso 17 meses em Cuba quando tinha 20 anos e aí a prisão não tem ar condicionado nem dão comida. Eu não tenho medo”, diz Cruz que participava sem máscara de proteção sanitária num ato eleitoral no domingo à noite onde a distância social, devido à pandemia, tão pouco era respeitada.

A maior parte dos votantes “latinos” da Florida são essencialmente originários de Cuba, Porto Rico e da República Dominicana, mas as comunidades jamaicanas, haitianas, brasileiras e portuguesas, em algumas zonas do estado, também são relevantes para a contagem final dos votos.

A Florida é um estado apontado como crucial para as presidenciais, pois pode ajudar o candidato democrata Joe Biden a vencer ou a reeleger o republicano Donald Trump, porque o resultado estadual representa 29 dos 270 votos eleitorais necessários para a vitória, seja de quem for.

De acordo com a autoridade que coordena o ato eleitoral na Florida os democratas inscritos superam os republicanos em apenas 180 mil votos, sendo que já foram expedidos 3.336.987 boletins de voto até ao final da semana passada.

A pouco mais de duas semanas das presidenciais de 03 de novembro a Divisão Eleitoral já recebeu 2,4 milhões de votos por correio (2.413.292): a maioria votou no candidato democrata (1.185.892), seguidos de eleitores republicanos (726.797) e independentes (472.536).

Os atos de campanha direta dos candidatos dos dois partidos são decididos em função das sondagens e das contagens em alguns estados e são depois comunicados através das redes sociais pouco tempo antes.

Na semana passada Joe Biden e Donald Trump estiveram na Florida na mesma altura.

O candidato democrata criticou a administração pela falta de medidas contra a pandemia de covid 19 e defendeu o Affordable Care Act, sobre o setor da saúde, em que esteve envolvido diretamente enquanto vice-presidente de Barack Obama.

Trump concentrou a mensagem em acusações contra Joe Biden, classificando-o como “socialista” capaz de favorecer os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua.

Os apoiantes de Trump (‘Latinos for Trump’) em Miami passaram o último fim de semana a referir-se a Joe Biden como “comunista”.

“A mim parece-me sinal de ignorância chamar ‘comunista’ a Biden e é completamente falso que todos os latinos apoiam Trump. Sou uma venezuelana que apoia os democratas e [Joe] Biden“, disse à Lusa Sara Sayalero, 29 anos, apoiante do Partido Democrata, no centro de Miami.

Com o início do voto direto antecipado, a partir de hoje, os dados sobre participação e escolha na Florida podem começar a definir-se ou, por outro lado, complicar-se tal como aconteceu no ano 2000, nas presidenciais em que George W. Bush, do Partido Republicano, acabou por ser considerado vencedor nas eleições disputadas contra Al Gore, do Partido Democrata.

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