Alegando falta de recursos financeiros, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou nesta quarta-feira que brigadistas de combate aos incêndios florestais que atuam no combate a incêndios florestais retornem às suas bases a partir da meia noite desta quinta-feira (22).
A ordem está em um ofício assinado pelo Diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olímpio Ferreira Magalhães, e é direcionada aos agentes de combate a incêndios vinculados ao Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).
“Providenciar a determinação para que todas as brigadas do PREVFOGO retornem as suas bases de origem as 0:00h de 22 de outubro de 2020, onde deverão aguardar ordens para o emprego em operações em campo”, diz o documento.
A determinação, segundo o Ibama, foi motivada pela falta de recursos financeiros para o pagamento de despesas do órgão. A falta de verbas foi detalhado em outro documento interno assinado pelo Diretor de Planejamento, Administração e Logística do órgão, Luis Carlos Hiromi Nagao.
“Considerando que as tratativas com os órgãos superiores para solução do problema ainda não surtiram efeito, comunico a indisponibilidade de recursos financeiros para fechamento do mês corrente, não sendo possível prosseguir com os pagamentos das despesas desta Autarquia”, diz o ofício.
A ordem para o retorno às bases do Ibama acontece em meio a uma das maiores crises ambientais da história do país. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento no número de queimadas na Amazônia de 25% entre 1º de janeiro e 20 de setembro deste ano em relação ao mesmo período no ano passado. Só neste ano, já foram registrados mais de 89 mil focos de incêndio na região, maior número desde 2010.
Outro bioma ameçado é o Pantanal, que registrou, neste ano, o maior número de focos de incêndio desde 1998, quando os dados começaram a ser contabilizados. O aumento em relação ao ano passado chega a 217%.
O GLOBO entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, mas ainda não obteve resposta. [Foto de capa: Mauro Pimentel/AFP]