O constitucionalista Paulo Bonavides morreu hoje (30) aos 95 anos. O anúncio foi feito pelo reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque. Desde 1991, o jurista era professor emérito da instituição, onde lecionou por mais de trinta anos. A causa da morte não foi revelada.
“O mundo perdeu o seu maior constitucionalista! A Universidade Federal do Ceará está de luto! Com muito pesar cumpro o dever de comunicar o falecimento do Prof. Paulo Bonavides”, anunciou Albuquerque no Facebook.
Bonavides deixa sete filhos. Natural de Patos, na Paraíba, ele bacharelou-se em 1948 pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Décadas mais tarde, em 2013, viria a receber pela mesma instituição o título de Doutor Honoris Causa, que lhe foi concedido também por outras quatro universidades, entre nacionais e estrangeiras.
Ele é autor de diversas obras, entre as quais Ciência Política e Curso de Direito Constitucional, tidas como duas das doutrinas brasileiras mais citadas e tradicionais, ambas com dezenas de edições.
Por seus serviços à advocacia nacional, Bonavides também foi homenageado com a Medalha Rui Barbosa, mais alta distinção distribuída pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Diversas personalidades do mundo jurídico lamentaram a morte de Bonavides, incluindo os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
“Tive a grande honra de conviver com o professor Paulo Bonavides. Um dos maiores estudiosos de Constitucional e Ciência Política do Brasil. Inteligente, humilde e extremamente dedicado a seus alunos. Um grande coração e exemplo para todos nós. Que descanse em paz ao lado de Deus”, escreveu Moraes no Twitter.
Também no Twitter, Barroso escreveu que “Paulo Bonavides manteve a chama do constitucionalismo acesa durante a longa noite da ditadura militar. Liderou o movimento pós-positivista no Brasil e era uma pessoa adorável, generosa e de grande senso de humor. Um ser iluminado. A partir de agora, brilhará no firmamento”.
Em nota de pesar, o advogado-geral da União, José Levi, escreveu que o “Direito Constitucional brasileiro perde um dos seus maiores expoentes. Ficam as numerosas obras e ensinamentos. Que esteja na Paz Eterna e que seus familiares tenham o conforto das melhores lembranças”.
Com informação: Agência Brasil