Ao descobrir que a filha pequena possuía o transtorno do espectro do autismo (TEA), a funcionária pública federal Mirza Lopes passou a percorrer um “tortuoso caminho das pedras”, como costuma chamar. A ausência de uma rede local de apoio para informações sobre o autismo fez muita falta no processo inicial de descoberta da condição da criança.
Passado mais de um ano do diagnóstico, Lopes transformou as adversidades e força e hoje ajuda outras mulheres na mesma situação a serem melhor guiadas sobre como lidar com o transtorno em seus pequenos. Ela é idealizadora e criadora de um projeto que visa a prestação de informações sobre o autismo, o Mãepeutas do Acre.
A ação nasceu no início de abril, durante a pandemia de coronavírus, e começou no seu Instagram pessoal (@mirzalopes), que hoje é uma verdadeira rede de esclarecimentos acerca do TEA. Lá, é possível encontrar lives com profissionais sobre saúde, direitos dos autistas e pais, opções de tratamento, entre outros assuntos.
“Minha caminhada foi tortuosa, como é o de toda mãe de autista, e muito solitária, porque no Acre não encontrei uma rede de apoio. Por isso resolvi transformar meu Instagram pessoal em algo mais informativo, direcionado para esse nicho. Por conta dessa trajetória é que o Mãepeutas passou a existir”, comenta.
Apesar do diagnóstico ter saído quando sua filha tinha pouco mais de dois anos, Mirza já desconfiava da condição desde os primeiros meses de vida da bebê. Hoje, a menina tem três anos e sete meses.
“A ideia é ajudar as mães para que elas não passassem pelo mesmo que eu passei, com tanta desinformação. Resolvi também criar um grupo de Whatsapp, deixar o link no meu perfil do Instagram e esperar o boca a boca acontecer. E aconteceu. Hoje temos mães de todo o Brasil”.
No grupo, Mirza compartilha com as participantes um drive contendo artigos científicos, livros, videoaulas, protocolos avaliativos e atividades pedagógicas, cognitivas e sensoriais. “Tudo gratuito, separado e organizado por pasta”, explica.