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Opositor Leopoldo López deixa embaixada na Venezuela rumo à Espanha

Por O GLOBO

O líder opositor Leopoldo López, que estava refugiado na embaixada da Espanha em Caracas há 18 meses, quando escapou da prisão domiciliar, saiu clandestinamente da Venezuela na manhã deste sábado (24) com destino à Espanha, onde vive sua família. A informação foi confirmada pelo pai de López.

— Ele deixou a embaixada por vontade própria e saiu da Venezuela de forma obviamente secreta, clandestina, pela fronteira com a Colômbia. E já saiu rumo à Espanha — disse seu pai, Leopoldo López Gil, à AFP.

López foi condenado a 14 anos de prisão por atos de violência em protestos contra o governo em 2014. Durante sua prisão domiciliar, tornou-se o mentor do presidente interino, Juan Guaidó, que no início do ano passado invocou a Constituição para assumir o cargo e iniciou uma campanha para derrubar Maduro, até agora sem sucesso.

Após o fracasso de um levante de um grupo de militares, em abril de 2019, López refugiou-se primeiro na residência diplomática chilena, e depois na Embaixada da Espanha.

No Twitter, Guaidó comentou a fuga e provocou o presidente venezuelano:

“Maduro, você não controla nada. Burlando seu aparato repressivo, conseguimos levar nosso Comissário do Centro de Governo, Leopoldo López, para o território internacional. Sua contribuição para a Venezuela continua a partir deste novo espaço de ação”, escreveu.

Nos últimos meses, o governo de Nicolás Maduro acusou o líder opositor, fundador do partido Vontade Popular, de ter planejado uma tentativa de incursão armada na Venezuela de dentro da residência do embaixador espanhol em Caracas.

Em nota, neste sábado, o Vontade Popular confirmou a nova estratégia opositora. Hoje, os principais líderes da legenda estão no exílio ou sob a proteção de diferentes embaixadas.

“Leopoldo López sai da Embaixada da Espanha na Venezuela a um território internacional para impulsionar novas ações na luta pela liberdade da Venezuela”, disse o comunicado.

Há um mês o governo espanhol anunciou a substituição do seu embaixador em Caracas, Jesús Silva, mas garantiu que a decisão não afetaria a situação de López. A chancelaria espanhola disse neste sábado que a saída do opositor é “fruto de uma decisão voluntária e pessoal”.

No ano passado, Lilian Tintori, mulher de López, e seu filho mais novo fugiram para a Espanha no que o governo de Madri definiu como “um exercício de liberdade de movimento”. A família permanece na capital espanhola, incluindo seu pai, deputado eleito pelo Partido Popular (PP).

A estratégia de pressão contra o chavismo liderada por López e a rejeição em participar das eleições legislativas convocadas pelo governo vinham recebendo duras críticas de outros setores da oposição, liderados pelo ex-governador Henrique Capriles, visto como mais moderado. [Capa: Ronaldo Schemidt/AFP]

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