SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fernanda Torres “totalmente drogada” no Altas Horas. Claudia Raia e uma “fórmula mágica” no Xingu que lhe rendeu um soco. Chay Suede em versão alienígena de lycra. E Cauã Reymond e suas aventuras com um peixinho dourado na infância.
Esses e outros relatos curiosos, engraçados e surpreendentes de famosos e anônimos serão exibidos a partir desta quinta-feira (15), no Que História É Essa, Porchat?, que chega à Globo.
Idealizador e apresentador, Fabio Porchat, 37, conta estar ansioso para a estreia na TV aberta após a atração fazer sucesso no GNT e ganhar o prêmio de melhor programa de TV de 2019 da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
O desejo dele é seguir caminho semelhante ao de Tatá Werneck e seu talk show Lady Night, que depois de ser bem-sucedido no Multishow, foi para a Globo e conquistou boa audiência. O apresentador e humorista herda o mesmo horário de sua colega: as noites de quinta.
“As pessoas me param na rua hoje para falar do programa que passa no GNT, imagina o canhão que é a Globo -essas histórias vão chegar a um público ainda maior. E, no fim das contas, acredito que as pessoas estão precisando de um programa leve, descontraído, tranquilo, sem polêmica, para conseguir dormir de boa, leve”, diz.
Em princípio, a ideia é que sejam transmitidos 10 dos 20 episódios da primeira temporada do programa. A seleção ficou por conta da Globo, segundo Porchat. “Eles sabem [a direção da emissora] os programas com mais potencial de fazer sucesso, os personagens e histórias que funcionam mais”, afirma.
Porchat acrescenta que, por ir ao ar já num horário bem tarde (por volta da meia-noite, após The Voice Brasil, que estreia também nesta quinta), palavrões ou relatos envolvendo o consumo de bebidas alcoólicas ditas pelos participantes da atração não foram um problema. “Você vê pelo Lady Night que tinha muita coisa divertida e picante.”
Desde que o programa começou a gerar grande repercussão e alguns dos relatos viralizaram nas redes sociais, o apresentador conta que muitas celebridades e anônimos lhe procuraram com o desejo de participar da produção.
“Um grande exemplo é Fafá de Belém, que um dia me ligou e falou: ‘Fábio, eu estou amando o seu programa, quero participar e já tenho até história para contar'”, lembra.
A cantora foi a primeira convidada da estreia da segunda temporada do Que História É Essa Porchat?, em exibição atualmente no GNT -e passou a ser totalmente virtual por causa da pandemia.
A apresentadora Xuxa foi outra que já disse para o humorista que quer fazer parte da atração para contar algo inédito. “É assim que eu gosto”, ressalta ele. Só não vale, diz Porchat, mentir ou contar algo vivido por outra pessoa. O que já aconteceu, revela o humorista, sem entregar, contudo, o autor da peripécia.
“Já soube que teve gente que contou história inventada, de outra pessoa, mas só soube depois. De modo geral, acreditamos que as pessoas estão contando as histórias pessoais. O que a gente pede é para não contarem histórias de terceiros, mesmo que elas digam, ‘ah essa história aconteceu com a minha tia’, porque é mais legal quando aconteceu com a pessoa.”
Segundo ele, aumentar um pouco o relato não é problema, inventar é que não pode. “Não vou ser deselegante, como diria a minha amiga Sandra Annenberg, mas já teve gente, sim, e o público sabe [quem foi].” Ele também conta que virou uma espécie de “caçador” de bons relatos. “Qualquer pessoa que eu encontro já falo: ‘Você não tem uma história não? Conta uma história, me fala aí das suas histórias.”
Entre os seus sonhos de participações no Que História É Essa estão os jornalistas Pedro Bial e William Bonner, o apresentador Faustão e o cantor Roberto Carlos. “Pessoas que não imaginamos que contem histórias diferentes ou pelo menos histórias que nunca contaram antes. E Roberto Carlos, um dia terei.”
Porchat comenta que, no início do projeto, existiram muitas dúvidas se o programa daria certo, em um formato só com histórias, sem jogos, notícias, ou quadros de reality show.
“Quando eu fazia talk show [o Programa do Porchat, na Record] era eu em função de um formato, então para criar esse programa pensei: o que sei fazer bem? Improvisar, contar histórias, ouvir as pessoas e fazer com que as histórias delas se potencializem. Resolvi criar um formato que ficasse a meu favor e esse é um grande diferencial”, diz.
Por isso, embora as intervenções que ele faça ao longo da atração sejam improvisadas, Porchat conta que já sabe de antemão tudo o que será contado. A ideia é ajudar para que todos os relatos fiquem claros e sejam bem recebidos.
“Sou um facilitador, eu fico ali para a pessoa contar a história da melhor forma e o mais claramente possível, porque às vezes está claro na cabeça da pessoa, mas não para o público, então tiro dúvidas, e me coloco na posição do público.”
E se fosse convidado do seu próprio programa, que história contaria, Porchat? Alguma envolvendo uma viagem, afirma. “Ou da dor de barriga que eu tive na Etiópia, ou até mesmo do transe que eu entrei no Japão, ou do meu mergulho com tubarões na África do Sul”, antecipa.
Por enquanto, o seu maior objetivo é ver a atração se solidificar na Globo. “Seria incrível ter um programa com a minha cara, do meu jeito, com o que sei fazer de melhor dando certo na audiência da TV aberta”, conclui.