Produtor lamenta falta de mel em colmeias no AC: “acabaram com as matas”

Seu Paulo Faustino vive em uma propriedade na BR-364, após a ponte São Francisco, sentido Sena Madureira. Ele é criador tradicional de abelhas e todos os anos colhe o mel para uso e venda. Porém, em 2020, algo atípico aconteceu em sua criação de 26 colmeias: não teve mel.

“A verdade é que acabaram as matas e não dá mais mel. Antigamente tinha muita mata e dava”, disse o idoso, que já no ano passado experimentou uma redução significativa na quantidade do produto gerado pelos insetos.

“Faltam as flores. Se não tem flores, não tem mel”, lamenta o produtor, que vive às margens do Iagarapé São Francisco, onde, anos atrás, pescava e comia – hoje, o manancial sofre com a poluição e a morte dos peixes.

O problema com as abelhas surgiu há décadas e não acontece apenas na propriedade do seu Faustino. É uma questão global. A população desses insetos vem caindo muito e deixado as autoridades em alerta.

As abelhas levam as sementes de uma planta a outra, colaborando com o processo de polinização. Com a diminuição populacional desses animais, a reprodução de várias espécies de vegetais fica comprometida e isso impacta diretamente sua disponibilidade para os seres humanos, gerando uma crise alimentar.

Não se sabe ao certo o que acontece com os insetos, mas suspeita-se que o uso de agrotóxicos nas plantações e o aquecimento global sejam algumas das causas desse problema.

Assista ao depoimento do seu Faustino:

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