Com o fim da fase de grupos da Libertadores, a Conmebol sorteou nesta sexta-feira (23), às 12h (de Brasília), os confrontos das oitavas de final. Os jogos de ida serão na semana de 24 e 25 de novembro. A volta, na semana seguinte, 1 e 2 de dezembro.
Dos sete clubes brasileiros que chegaram à fase de grupos, seis sobreviveram. Quatro passaram em primeiro: Palmeiras, Santos, Flamengo e Grêmio. Em segundo, avançaram Athletico e Internacional. O São Paulo foi o único a ficar pelo caminho e disputará a Sul-Americana. O Corinthians já tinha caído na fase preliminar.
Entre os argentinos, principais rivais dos brasileiros na luta pelo título, River e Boca confirmaram a força. O Racing passou em segundo, mas também fez um bom papel.
A principal zebra no mata-mata foi o Delfin, que tirou o tradicional Olimpia e outro argentino, o Defensa y Justicia.
O sorteio é simples. Times do pote 1 enfrentam os do pote 2, sem qualquer restrição em relação a países. Quem se classificou em primeiro decide o confronto em casa.
A participação nas oitavas de final significa mais R$ 5,89 milhões nos cofres dos clubes. [Capa: Reprodução]
POTE 1
Palmeiras
Apesar da instabilidade no Brasileirão, terminou com a melhor campanha na fase de grupos, com 16 pontos. Foram cinco vitórias e um empate, diante do Guarani-PAR. O Palmeiras teve o segundo melhor ataque da fase de grupos, com 17 gols. A defesa também foi pouco vazada: só duas vezes. O problema é que, com a demissão de Vanderlei Luxemburgo, o time ainda busca um técnico.
Santos
As tensões fora de campo passaram ao largo na Libertadores. Apesar das cinco vitórias com placar apertado – nenhuma com diferença maior do que um gol -, fechou a fase de grupos com a segunda melhor campanha. O único empate foi em casa, com o eliminado Olimpia.
Flamengo
O atual campeão se classificou com certa tranquilidade diante da tempestade que se armou após levar 5 a 0 do Independiente Del Valle. Além de superar o surto de Covid durante a passagem pelo Equador, o time está em ascensão com Domènec Torrent. Mesmo quando sem alguns titulares, tem ido bem nas últimas partidas. Resta saber quantos estarão saudáveis nas oitavas de final.
Nacional-URU
A classificação em primeiro do grupo veio apertada, na última rodada, graças à diferença de um gol de saldo em relação ao Racing. Tem jogado bem. Venceu três dos quatro jogos após pausa por causa da pandemia.
River Plate
Atual vice-campeão teve o melhor ataque da fase de grupos, graças às goleadas sobre o Binacional (8 a 0 e 6 a 0). Foi o primeiro da chave que tinha o São Paulo. A única derrota foi pré-pandemia, para a LDU, na altitude de Quito. Mantém a organização sob a batuta de Marcello Gallardo e tende a evoluir ainda mais fisicamente com o ritmo de competições.
Boca Juniors
Mesmo sem ser tão brilhante, avançou em primeiro. Como só levou um gol, terminou a fase de grupos com a melhor defesa. Os dois empates em seis jogos não significam fragilidade, já que o time está acostumado ao mata-mata de Libertadores e sempre dá trabalho.
Grêmio
Passar em primeiro no grupo que teve o rival Internacional já é um “título moral”. O time de Renato Gaúcho gosta de torneios mata-mata, mas precisa ficar de olho porque essa instabilidade pode custar caro. Os gremistas avançaram só com onze pontos: três vitórias, dois empates e uma derrotas. Vale lembrar que o time está no meio de tabela do Brasileirão.
Jorge Wilstermann
Acaboou como líder do grupo que tinha o Athletico. O cabeça de chave era o cambaleante Peñarol. O time boliviano não brilhou tanto, mas abraçou a liderança na última rodada, aproveitando a derrota do time brasileiro. Levou a melhor no saldo. Tem a seu favor a altitude de Cochabamba: 2.500m.
POTE 2
Racing
O melhor entre os segundos. Time organizado, perigoso, mas perdeu Zaracho para o Atlético-MG. Venceu os últimos três jogos na Libertadores, mais viu o primeiro lugar ir embora no saldo de gols.
Guarani-PAR
Avançou com sobras no grupo que tinha o Palmeiras. Teve atuações consistentes e não perdeu desde a retomada da competição. Em casa, segurou o Palmeiras.
LDU
Não é dos melhores times, mas a altitude de Quito é sempre uma aliada. Na fase de grupos, fez River Plate e São Paulo de vítimas. Isso aumenta o grau de dificuldade em um confronto mata-mata.
Independiente Del Valle
Carrega consigo a assinatura do trabalho de Miguel Ángel Ramírez, que rejeitou o Palmeiras em nome do projeto com os equatorianos. Goleou o Flamengo em casa no ponto alto da campanha, mas titubeou contra o Junior Barranquilla. É organizado, tem feito um belo papel nos torneios continentais dos últimos anos – ganhou a Sul-Americana em 2019.
Athletico
Vive mau momento, apesar da classificação. No Brasileirão, está na zona de rebaixamento. Demitiu treinador e efetivou, de novo, Paulo Autuori. Na Libertadores, deixou escapar o primeiro lugar do grupo na última rodada por causa da derrota para o Peñarol.
Internacional
Teve nas mãos a chance de passar em primeiro, mas levou a virada da Universidad Católica, no Chile. Ao fim das contas, passou pelo saldo de gols. Divide atenção entre Brasileirão e Libertadores. A campanha de duas vitórias, dois empates e duas derrotas simboliza o desempenho não mais do que mediano dos colorados na competição.
Libertad
Confirmou a classificação de forma inacreditável. Avançou porque perdeu, relativamente, de pouco. A derrota por 4 a 2 para o Independiente de Medellín deixou o time paraguaio com saldo de gols melhor do que o Caracas, que levou 3 a 0 do Boca na rodada decisiva. Em quatro jogos depois da parada por causa da pandemia, ganhou nenhum.
Delfin
É a grande surpresa das oitavas de final da Libertadores. Tinha tudo para ser saco de pancadas no grupo, mas engatou duas vitórias nas duas últimas rodadas. O golfinho saiu fantasiado de zebra. Tem o pior ataque entre os classificados, com seis gols. É o time que, em tese, todo mundo quer pegar.