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Suspeitos de estupro coletivo contra adolescente dizem que relação foi consensual

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Os cinco suspeitos de estuprarem uma menina de 14 anos no Morro do Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último dia 27 de setembro, afirmaram em depoimento que o sexo com a jovem foi consentido, depois que todos beberam juntos em uma festa. O grupo se entregou na tarde desta sexta-feira (9), após uma negociação com seus advogados. No entanto, fontes da comunidade relatam que o tráfico de drogas teria feito ameaças aos cinco.

A Polícia Civil planejava uma operação — com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de um helicóptero blindado da corporação— para prendê-los. Os suspeitos são um homem de 19 anos, dois jovens de 18 e dois menores de idade, um de 16 e outro de 14 anos.

Segundo a Polícia Civil, houve, no dia do crime, uma festa organizada por moradores na favela.

— Segundo os suspeitos, a festa foi planejada, mas o crime, não. Ainda de acordo com eles, a vítima foi até a laje espontaneamente. No entanto, isso será apurado. Sabemos que a jovem foi de fato ao local por livre vontade, mas não qual era a capacidade física e mental da vítima — disse o delegado Felipe Santoro da Silva, titular da 13ª DP (Ipanema), que investiga o caso.

Em depoimento à polícia, a adolescente contou que bebeu com os rapazes e que não se lembra como chegou ao local. Ela afirma que pode ter sido dopada.

— Ela relatou lembrar de flashes. Quando ela acordou, notou que cinco homens estavam em cima dela, se revezando para estuprá-la. O testemunho da vítima é contundente e coerente com o exame de corpo de delito feito no Instituto Médico Legal (IML) — afirmou o delegado Antenor Lopes Martins Junior, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC).

De acordo com os investigadores, a maioria dos suspeitos é moradora da comunidade e já conhecia a vítima. Todos são estudantes e não tinham passagem pela polícia.

Os presos são: Dhonathan Moraes de Araújo Clementino, que fez 18 anos há uma semana; Robert de Souza Brandao Casciano, também de 18; e Danilo Luiz Cabral de Souza, de 19. Além deles, também foram apreendidos um adolescente de 16 e outro de 14 anos.

‘Crime bárbaro’

O delegado Felipe Santoro da Silva classificou o caso como “um crime bárbaro”. Segundo o investigador, a vítima “sentiu-se culpada” e, por isso, demorou a denunciar o ocorrido à polícia.

— A demora também se deu em razão de ela estar internada e porque ela ficou com medo de represália do tráfico. Só quando se sentiu confortável ela veio e prestou depoimento — acrescentou Antenor Lopes.

A Polícia Civil ainda não sabe dizer se a vítima foi dopada. No entanto, os investigadores vão apurar essa possibilidade.

— O que temos de concreto é: o depoimento da vítima foi explícito e concreto. Eles bebiam e, em determinado momento, foram pra uma laje, e lá ocorreu o estupro. Foi uma festa organizada pelos próprios jovens. Não podemos afirmar se ela foi ou não dopada. O que sabemos é que ela apagou e estava desacordada quando foi estuprada — disse Santoro.

Os três maiores de idade devem ser indiciados pelo crime de estupro de vulnerável, com o agravante de estupro coletivo, além de corrupção de menores. Já os dois adolescentes responderão por fato análogo ao estupro de vulnerável. Segundo a Polícia Civil, a vítima e seus familiares foram retirados da comunidade por segurança.

— Lamentamos e nos solidarizamos com essa menina. Esse é um crime bárbaro que não poderia ficar sem solução — afirmou o delegado Antenor Lopes.

Os menores serão levados para a Delegacia do Adolescente e Criança Vítima (DCAV), no Centro. Já os maiores serão levados para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. [Foto de capa: Rafael Nascimento de Souza]

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