Atração consolidada na grade da TV Globo, com audiência sempre acima dos 20 pontos, “The Voice Brasil” inicia sua nona temporada esta quinta-feira, às 23h, com uma vitória – a de ter estabelecido um formato de programa baseado na música – e um desafio: o de manter o calor da emoção em meio à pandemia, sem plateia presencial (este ano ela será virtual, e poderá ser vista no telão, reagindo ao que acontece no estúdio), com toda a equipe seguindo as regras do isolamento social.
— A gente vai continuar fazendo o nosso “The Voice” do jeito quente que ele sempre foi, porém os Estúdios Globo têm um protocolo de segurança que a gente obedece. Na ausência do abraço, às vezes um belo olhar ou gesto são até melhores — considerou o diretor artístico Creso Eduardo Macedo, em entrevista coletiva, na semana passada, para anunciar essa nova temporada, inicialmente programada para julho, e cuja final agora acontece em 17 de dezembro.
No ar desde 2012, “The Voice Brasil” não mexeu apenas com a televisão – quatro anos atrás o programa ganhou uma versão infantil, “Kids”, e ano que vem estreia a sênior – mas também com as vidas dos participantes (de Ellen Oléria, que venceu a edição inaugural, a Tony Gordon, ganhador em 2019) e, principalmente, com as dos seus técnicos: estrelas da música brasileira que se dispõem a conciliar as exigências de suas muito bem-sucedidas carreiras com as da televisão.
— Pluralidade enriquece, trabalhar em conjunto idem e uma coisa vem com a outra. Entre nós, técnicos e candidatos, existe um amplo universo de estilos e personalidades, é uma democracia em exercício — disse ao GLOBO Lulu Santos, único técnico que participou de todas as edições, e que vive com desembaraço a realidade do cara que “queria ir tocar guitarra na TV” (como canta em “Minha vida”). — Aprendi música pela TV, sou produto dos Festivais da Canção, do “Jovem Guarda”, do “Fino da Bossa”, da Tropicália. Musica e visual, seja na novela, programa de auditório ou clipe do “Fantástico”, com o passar do tempo, namoraram, noivaram e acabaram se casando, vide o YouTube.
O técnico Lulu Santos no The Voice Brasil 2020 [Foto: Victor Pollak/TV Globo]
— O mais importante é que não há exatamente uma espera, e sim um contínuo fazer dentro das possibilidades do agora, sempre na busca por novos caminhos — acredita Brown, muito feliz com a volta ao programa que o projetou como figura televisiva. — Cada candidato que chega naquele palco traz ensinamentos que nos convidam a repensar nossa própria história. Toda voz tem um repertório de acontecimentos que são fortalecidos a partir das canções, fazendo com que todos nós sejamos levados à emoção de conhecer um pouco dessas histórias, e também nos identifiquemos.
O técnico Carlinhos Brown no The Voice Brasil 2020 [Foto: Victor Pollak/TV Globo]
— Claro que tem a competição, cada um montando seu time, mas acima de tudo tem uma alegria incrível de estarmos lá, juntos, somos uma família mesmo.
O técnico Michel Teló no The Voice Brasil 2020 [Foto: Victor Pollak/TV Globo]
— “The Voice Brasil” é uma atração que fala com uma quantidade absurda de pessoas pelo país, é uma forma muito linda de se comunicar. As brincadeiras que vocês vão ver no ar, talvez não sejam nem um terço de tudo o que acontece de engraçado entre a gente — conta ao GLOBO ela, que este ano reforça a presença negra no programa ao lado de Carlinhos Brown e da coapresentadora Jeniffer Nascimento. — É muito importante ressaltar que a gente precisa, sim, se ver na TV. E saber que essa mensagem está sendo passada, em horário nobre, é de aquecer o coração mesmo. Fico feliz em saber que será uma mensagem positiva em várias casas.
A técnica Iza no The Voice Brasil 2020 [Foto: Victor Pollak/TV Globo]
— Vejo em Nina (Freitas, que vive nos Estados Unidos), essa multi-instrumentista, compositora, uma representante das possibilidades internacionais que essa família musical tem. Chico (Brown) também é um multi-instrumentista, compositor e conhecedor dos estilos: do rock progressivo ao samba, por todos o Chico se interessa, além de ser um super harmonizador também, que herda as qualidades do avô (Chico Buarque), sobretudo em poesia. Clara (Buarque) condensa a doçura da voz e o desejo de interpretar, trazendo também essa herança bonita de Dona Marieta (Severo, a avó). E Miguel (Freitas) escolheu a bateria como seu instrumento principal, mas é o baixista dos meus sonhos, toca guitarra e piano muito bem e, mais do que tudo isso, é um grande produtor. [Foto de capa: Victor Pollak/TV Globo]