18 de abril de 2024

Trabalharemos ‘da mesma forma’ se houver 2ª onda de covid no Brasil, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, que se o Brasil enfrentar uma segunda onda de contaminações pela covid-19, como está acontecendo na Europa, o governo vai trabalhar “da mesma forma” que na primeira onda de infecções.

Para enfrentar o coronavírus, o governo adotou o chamado Orçamento de Guerra, aprovado pelo Congresso, que tirou uma série de regras para os gastos públicos.

Coveiro com roupas de proteção no cemitério municipal Recanto da Paz, durante o enterro de uma vítima da covid-19, na cidade de Breves, a sudoeste da ilha do Marajó, no Pará, em 30 de maio [Foto: Tarso Sarraf/AFP]

Isso permitiu o lançamento de programas como o auxílio emergencial, créditos mais barato e programas de manutenção de empregos. O resultado será um rombo de quase R$ 900 bilhões neste ano e uma dívida próxima a 100% do PIB.

O estado de calamidade pública que permitiu todos esses gastos encerra em 31 de dezembro. Mas integrantes do Congresso já discutem, internamente, a possível prorrogação desse período.

— Se vier uma segunda onda, vamos trabalhar da mesma forma, tão decisiva quanto a primeira. Vamos ter que reagir, vamos corrigir erros ou excessos que tenhamos cometido no primeiro enfrentamento. Mas eu confio na democracia brasileira — disse Guedes, em audiência no Congresso Nacional.

Guedes também disse esperar que São Paulo encomende, pague e vacine sua população.

— Nós já mandamos bastante dinheiro para São Paulo. Tomara que São Paulo encomende, pague a vacina e vacine sua população. Pede dinheiro para fazer vacina, agora pede dinheiro para eu pagar, para mandar dinheiro para São Paulo de novo… Já mandamos dinheiro de saúde para São Paulo, ele já tomou as providências dele — afirmou.

E afirmou que o governo vai encontrar recursos para fazer uma “economia de guerra”. Mas ele avalia que, no Brasil, a doença está “descendo”.

— Não tenha dúvida, daremos uma resposta igualmente decisiva e encontraremos os recursos. Entraremos numa economia de guerra, mas não é o plano A. Não é o que vemos no momento. O que vemos no momento é a doença descendo, a economia voltando, o auxílio emergencial aterrissando — considerou.

Para Guedes, por outro lado, só haverá tranquilidade quando houver vacina.

— Realmente, de fato, a doença está perdendo força. Mas a solução só virá quando tivermos a vacina. Nós só estaremos livres desse pesadelo quando a vacina surgir. Enquanto isso, nós continuamos vulneráveis e ameaçados — disse.

Guedes disse haver um “plano B” para uma eventual segunda onda, mas não quis antecipar:

— O nosso plano A é que a doença está descendo e a economia está voltando. Temos plano B? Temos. Mas não se fica falando de plano B quando se precisa reforçar o plano A. Nós temos que fazer o trabalho mais forte agora. Vamos para o plano A. Se e quando uma segunda onda chegar, já temos um plano B.

O ministro disse ter proposto, inicialmente, o auxílio emergencial a R$ 200 por “prudência”, sob a visão de que a crise poderia durar anos. Foi o Congresso que elevou o valor para R$ 600.

Guedes ainda voltou a defender que o governo deverá retomar o Bolsa Família se não conseguir criar um programa de renda fiscalmente responsável.

Ele repetiu não ser favorável a irresponsabilidades fiscais para viabilizar um programa mais robusto e disse que seria preciso trocar a base de beneficiários de indivíduos para famílias, a exemplo do Bolsa Família. [Capa: Jorge William/Agência O Globo]

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