Alemanha doará R$ 163,5 mi para financiar o agronegócio sustentável na Amazônia Legal

Pouco mais de um ano após suspender o financiamento de R$ 155 milhões para projetos de preservação da Amazônia, o governo alemão decidiu doar cerca de 25,5 milhões de euros (o equivalente a R$ 163,6 milhões) ao projeto “Inovação nas Cadeias Produtivas da Agropecuária para a Conservação Florestal na Amazônia Legal”. O objetivo é fortalecer o agronegócio de forma sustentável na região.

Segundo nota conjunta divulgada nesta terça-feira pelos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, a doação é fruto de um acordo com o governo alemão, que deverá vigorar até 2024. O dinheiro sairá do banco estatal “Kreditanstalt für Wiederaufbau” (KfW) e os principais segmentos a serem contemplados são os de carne bovina, soja e madeira.

O acordo será voltado para financiar a exploração sustentável em cinco estados da Amazônia Legal: Mato Grosso, Pará, Amazonas, Rondônia e Tocantins.  Segundo técnicos do governo brasileiro, será criada uma plataforma de Tecnologia da Informação para classificar e monitorar a situação social e ambiental dos projetos. Também será desenvolvido um sistema de rastreamento que permitirá saber se o desmatamento decorrente da exploração do produto é legal ou ilegal.

O Itamaraty será responsável pela cooperação técnica e financeira entre os dois países, voltada ao desenvolvimento sustentável. Será priorizado o fomento a projetos nas áreas de proteção ambiental e eficiência energética. Já o Ministério da Agricultura vai executar os projetos em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Há alguns meses, os países da União Europeia abriram consulta pública cujo fim é punir importadores de produtos oriundos de áreas de desmatamento. Paralelamente a isso, o governo brasileiro recebeu uma carta, em setembro, assinada pelos governos da Alemanha, Holanda, Países Baixos, França, Itália, entre outros, em que expressam preocupação com o aumento da devastação da floresta amazônica.

As pressões são cada vez maiores e ameaçam até o acordo de livre comércio fechado em meados do ano passado entre o Mercosul e a União Europeia. Alguns países do bloco europeu, como França e Áustria, já disseram que não pretendem ratificar o tratado entre as duas regiões. [Capa: Florian Plaucheur/AFP]

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