Brasil não deve aceitar barreiras não tarifárias como sanções à política ambiental

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta quarta-feira (11) que o Brasil não deve aceitar barreiras não-tarifárias a produtos brasileiros como forma de sanção à política ambiental adotada no país. A declaração foi feita durante uma live realizada pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE).

Questionado sobre consultas feitas por fundos de investimento internacionais sobre o compromisso do Brasil com a produção ambientalmente sustentável, Mourão disse que o país não deve aceitar barreiras “desde que, do lado de cá”, o país apresente resultados na área ambiental. Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), criado pelo presidente Jair Bolsonaro para coordenações ações de proteção e desenvolvimento na região.

— Estamos fazendo a nossa parte. Temos que comprovar que estamos fazendo, mas por outro lado, minha gente, não vamos aceitar barreiras não-tarifárias desde que, do lado de cá, nós apresentamos os resultados que nós temos que apresentar — afirmou Mourão.

— Temos que também mostrar aos nossos compradores que eles não podem fazer uso de barreiras não-tarifárias no sentido de bloquear a nossa expansão comercial. Até porque sabemos que a agricultura nos países da união europeia é extremamente subsidiada e a nossa não tem esse subsídio todo — disse Mourão.

A declaração do vice-presidente acontece quatro dias depois de o democrata Joe Biden ter vencido a disputa à Presidência dos Estados Unidos. A vitória de Biden vem sendo vista com preocupação pela cúpula do governo, especialmente na área ligada à agenda ambiental.

Em setembro, Biden criticou o Brasil por conta dos índices de destruição da floresta amazônica e disse que criaria um fundo de US$ 20 bilhões para fomentar programas de preservação. Ele disse também que os países que não se comprometessem com a preservação do meio ambiente estariam sujeitos a sanções econômicas.

Questionado sobre as possíveis mudanças na política ambiental do Brasil por conta da vitória de Biden, Mourão foi cauteloso. Ele afirmou que se a vitória de Biden for confirmada, o democrata teria muitos problemas internos e externos para solucionar não relacionados à Amazônia. Mourão disse que, independentemente disso, o Brasil precisaria continuar a atuar na redução dos crimes ambientais praticados na região Amazônica.

— Acho que se nós nos mantivermos dessa forma, vamos deixar muito claro (a posição do Brasil) à comunidade internacional, especificamente a um novo governo americano — afirmou Mourão. [Capa: Daniel Gullino/Agência O Globo]

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Brasil não deve aceitar barreiras não tarifárias como sanções à política ambiental