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Direito à vida: o papel das instituições em favor dos mais vulneráveis

Por DISNEY OLIVEIRA

“Ele dizia na minha cara que outras mulheres eram mais bonitas, mais interessantes, e que gostava de outros tipos físicos, diferentes do meu. Fazia eu me sentir burra, incapaz, e me chamava de ‘jeca’, ‘interiorana’, de ‘da roça’. Aos poucos ia diminuindo toda a minha autoestima, e me destruindo como pessoa”. Esse é o relato de uma mulher de 30 anos que foi vítima de um relacionamento abusivo, e que neste texto chamaremos de Francisca.

O início

Professora, ela relata que conheceu o rapaz há dois anos, quando veio realizar um trabalho na cidade dela, no interior do Acre. Disse que viu nele muitas características atrativas, e que acreditava serem importantes para se relacionar com alguém. Tudo parecia cooperar para o início de um bom relacionamento. Além disso, ambos estavam solteiros, empregados e não tinham filhos.

Mas ela relata que, com apenas dois meses de namoro, o parceiro foi mudando, e os momentos de afeto e carinho foram sendo substituídos por cenas de ciúmes, desconfiança e grosseria. Mesmo assim, acreditava que a culpa por essas atitudes era dela e que tudo se resolveria com um bom diálogo. Foi assim que, mesmo com discussões e divergências, decidiu convidá-lo para morarem juntos.

“Aí eu realmente comecei a conhecer quem era ele. Começou a ter atitudes que eu nunca imaginava que poderia ter. Ficava muito agressivo, de uma hora para outra explodia por coisas banais. Às vezes vinha na minha direção gritando, me amedrontando, e eu tinha muito medo de ele me agredir. Teve uma vez que chegou a me sacudir, e isso me assustou bastante”, lembra.

Após alguns episódios como esses, ela decidiu terminar o namoro. Mas diante da insistência do rapaz, que jurava mudar a forma como agia com ela, reatou o relacionamento. Não demorou muito para que ele descumprisse as promessas e retornasse com episódios de estupidez. E tudo isso foi piorando e afetando a autoestima dela.

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