Representantes da companhia chinesa Huawei no Brasil tiveram uma reunião virtual, nesta sexta-feira (20), com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Eles pediram ao ministro que todas as decisões sobre a realização do leilão de frequências 5G no Brasil sejam realizadas de maneira “estritamente técnica, não discriminatória e em favor do livre mercado”.
“Seguimos os mais altos padrões internacionais de cibersegurança nos mais de 170 países em que atuamos, respeitamos e cumprimos com as leis locais. Já realizamos testes da 5G com todas as operadoras nacionais, colaborando para a chegada da tecnologia ao país”, destacou a companhia, em mensagem ao GLOBO.
Não existe uma decisão final a respeito do tema, mas há a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro banir a Huawei como fornecedora de infraestrutura para as redes 5G no Brasil. No mês passado, o governo brasileiro anunciou o apoio à Clean Network (Rede Limpa), programa dos Estados Unidos que limita o avanço de empresas chinesas na instalação dessa nova tecnologia. A adesão à iniciativa foi feita no âmbito de uma parceria trilateral entre Brasil, EUA e Japão.
As pressões pelo afastamento da China do 5G partem do presidente Donald Trump, que perdeu a eleição para Joe Biden, ex-vice-presidente de Barack Obama. Existe a expectativa de algumas fontes do governo brasileiro de que Biden continuará com restrições a Pequim. O argumento é que a empresa estaria a serviço do Partido Comunista chinês e teria acesso a informações estratégicas do país.
A Huawei afirma que é uma empresa privada, que atua há 22 anos no Brasil. Diz que é parceira das operadoras de telecomunicações, provedores de internet, indústrias, instituições de ensino com foco em conectividade e transformação digital.
O encontro virtual entre Guedes e os representantes da companhia chinesa estavam previstos para durar de 17h às 18h. Porém, a videoconferência só terminou às 19h, ou seja, uma hora a mais. [Capa: Reuters]