Em Rio Branco, candidatos disputam o valioso voto que se absteve no primeiro turno

Os candidatos à prefeitura de Rio Branco no segundo turno, Tião Bocalom (PP) e Socorro Neri (PSB), têm neste domingo (29) um poderoso adversário em comum: as abstenções. No último dia 15, data do primeiro turno, mais de 1/4 (27,23%) dos rio-branquenses não compareceram às urnas.

A ausência de 70 mil eleitores na capital foi a maior da história na cidade. Pouco mais da metade desses votos colocaria o menos votado Jamyl Asfury (PSC) no segundo turno contra Bocalom, o único candidato que superou em voto as abstenções.

Os faltosos somam mais que o número de eleitores de Socorro Neri e Minoru Kinpara (PSDB), segunda e terceiro colocados, respectivamente. Juntos, eles tiveram 66 mil apoios no primeiro turno. O número de ausentes é também 42% maior que os votos de todos os cinco candidatos derrotados que não participam da segunda fase da Eleição.

O motivo para a abstenção recorde em Rio Branco é a pandemia de coronavírus, que completou oito meses no último dia 17. A capital é, de longe, a cidade do Acre mais atingida, com 15,5 mil casos confirmados (43% do total) e 450 óbitos dos 732.

A cidade vive um aumento expressivo de contaminações – ironicamente, a campanha eleitoral, com suas aglomerações, foi um dos responsáveis pela segunda onda. Neste domingo, dia da Eleição, 4.431 rio-branquenses encontram-se oficialmente infectados, sem contar os casos assintomáticos. No primeiro turno, eram 2.907 casos ativos.

Por medo de exposição ao vírus, idosos e grupos de risco, por exemplo, têm comparecido em menor número às urnas, mesmo com horário de votação exclusivo para o primeiro grupo.

Muitas pessoas saudáveis, porém precavidas, também optaram por ficar em casa. E são esses os votos pelos quais os dois candidatos brigam, especialmente Socorro Neri, que, no primeiro turno, teve quase 48 mil apoios a menos que seu adversário.

Nas duas últimas semanas, a campanha da atual prefeita focou nos eleitores faltosos para ter a chance de conquistar a reeleição. Abordagens do tipo “Você sabia? Quem não votou no primeiro turno pode votar no segundo” foram amplamente massificados pela sua equipe de campanha. Essa foi a estratégia mais correta, uma vez que o pouco tempo de campanha no segundo turno não favorecia a candidata para a virada de votos que precisa.

Já Bocalom solicitou que os eleitores que deram seu apoio no primeiro turno não encarem a larga vantagem como um “já ganhou” e voltem às urnas neste domingo para reafirmar a escolha e, assim, garantir a vitória. Além disso, pediu que a militância convença familiares e amigos que não votaram 11 na primeira fase a fazê-lo na segunda.

Foto: ContilNet

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