O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta segunda-feira (16) que não costuma reclamar da demora de outros Poderes e, por isso, não comentaria as declarações do presidente Jair Bolsonaro que colocou em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. Segundo Barroso, não houve erro, mas apenas uma demora de duas horas e meia na totalização dos votos.
— Não houve erro na totalização, houve demora na totalização. Eu não costumo reclamar da demora dos outros Poderes e não vou comentar esse assunto específico. Nunca se provou nenhum fato que pudesse desacreditar o sistema eleitoral. Tenho recebido pedidos de voltar sistema de cédula, aí sim tinha muita fraude, e também pedido para instalar o sistema de impressão. Se ocorresse isso, em toda eleição quem perdeu ia querer a recontagem para judicializar as eleições. A lógica desportiva é de não mexer em time que está ganhando. Mas se alguém tiver documento de que houve fraude, vamos investigar — disse Barroso.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro fez declaração a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada dando a entender que o sistema eleitoral não é confiável.
— Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições. Agora, (temos) um sistema que desconheço no mundo onde ele seja utilizado. Só isso e mais nada — disse Bolsonaro, completando:
— O Supremo disse que é inconstitucional o voto impresso, tem proposta de emenda constitucional na Câmara. Se nós não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições, a dúvida sempre vai permanecer. [Capa: Pablo Jacob/Agência O Globo]