Hackers invadiram um seminário sobre racismo estrutural e acesso ao Judiciário, transmitido pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) na noite de terça-feira (24).
O evento, que era exibido por videoconferência, foi interrompido por imagens nazistas, referências a Hitler e cenas pornográficas, segundo nota oficial da faculdade. A atividade só pôde prosseguir depois que os organizadores interromperam a transmissão e migraram para uma nova sala virtual.
O diretor da faculdade, Floriano de Azevedo Marques Neto, afirmou em nota que acionou a polícia e que a invasão “não ficará impune”.
“Mais do que uma ação deplorável de racismo, trata-se de um atentado à liberdade de expressão, cátedra e ensino”, diz o texto assinado por Marques Neto.
“Não pouparemos esforços para que as investigações identifiquem os responsáveis e que eles sejam punidos como determina a lei”, afirma a nota.
A invasão de teor neonazista não foi o primeiro ato de invasão de evento na faculdade de Direito mais tradicional do país, segundo Letícia Chagas, presidente do centro acadêmico da instituição.
Segundo ela, um seminário digital promovido por um coletivo de alunos que debatia racismo contra asiáticos também sofreu invasão similar. [Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil]