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Facebook censura nudez parcial da banda Detonautas em novo videoclipe

Por SONAR/O GLOBO

O cantor e compositor Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas, não poderá utilizar sua página no Facebook até segunda-feira (9), após ter uma publicação removida pela plataforma. O artista tem promovido ao longo da última semana o lançamento da música e do clipe “Kit Gay”, no qual aparece seminu e ironiza as notícias falsas que circulam entre os brasileiros nas redes sociais.

Tico havia publicado uma notícia sobre a estreia da obra, ilustrada com uma foto do grupo em que ele está vestindo apenas uma meia. O Facebook apagou o conteúdo porque, de acordo com o aviso exibido pela empresa ao músico, ele ia “contra os Padrões da Comunidade sobre nudez ou atividade sexual”. Por três dias, a conta de Tico não estará apta a fazer novas publicações e comentários. A notícia chegou aos fãs da banda pelo Twitter:

https://twitter.com/Ticostacruz/status/1324819086937907200

O nome da canção é uma referência à distorção do programa “Escola sem homofobia”, parte de uma iniciativa do governo federal lançada em 2004. O programa, que não chegou a ser colocado em prática, era voltado à formação de educadores e seu material didático não tinha previsão de ser distribuído para alunos. Na eleição de 2018, no entanto, a campanha do então candidato Jair Bolsonaro divulgou vídeos em que ele aparecia criticando seu adversário, Fernando Haddad (PT), pela suposta intenção de entregar a crianças livros com imagens de cunho sexual. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) compreendeu que o conteúdo era difamatório a Haddad, por se tratar de uma afirmação inverídica, e determinou sua remoção.

Lei Rouanet, terra plana e vacina

Ao longo dos três minutos de música nova, os integrantes do Detonautas fazem referência ao ‘kit gay’ e outras inverdades que circulam na web, como acusações sem provas a artistas pelo uso da Lei Rouanet, destinada ao incentivo cultural; a teoria errônea de que a Terra é plana e conspirações sem comprovações científicas a respeito de vacinas contra a covid-19. Há críticas ao apelido de ‘mito’, utilizado por apoiadores de Bolsonaro para se referir ao presidente, e ao escritor Olavo de Carvalho, cujas ideias inspiram membros de uma ala do governo.

Em setembro, outra música do Detonautas com referência a Bolsonaro virou polêmica na internet: “Micheque”, uma faixa em referência aos R$ 89 mil que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, denunciado com o senador pelo caso da ‘rachadinha’ no gabinete do antigo chefe na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Michelle prestou queixa na polícia por causa da obra, alegando ter sido vítima de injúria, calúnia e difamação.

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