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Acreana e companheira são condenadas a quase 130 anos pelo esquartejamento de Rhuan Maycon

Por GLOBO.COM

O Tribunal do Júri de Samambaia, no Distrito Federal, condenou Rosana Auri da Silva Cândido e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa pelo assassinato do menino Rhuan Maycon, de 9 anos, em 2019. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (25).

O corpo da criança foi encontrado na madrugada do dia 1º junho do ano passado, esquartejado, dentro de uma mala (veja mais abaixo). A dupla foi sentenciada pelos crimes de homicídio qualificado, lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual.

As penas foram fixadas em:

Rosana Auri da Silva Cândido, mãe do menino: 65 anos de reclusão e 8 meses e 10 dias de detenção

Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, companheira de Rosana: 64 anos de reclusão, além de 8 meses e 10 dias de detenção

O caso corre em processo de Justiça e a decisão é de primeiro grau. Até a última atualização desta reportagem, o G1 tentava contato com a defesa das rés.

Julgamento

Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público do DF (MPDFT), “durante o julgamento, Kácyla ficou em silêncio e assumiu a execução de todos os crimes, afirmando não haver nenhuma participação da companheira”.

No entanto, os jurados acataram na íntegra a denúncia do MP. Para o júri, as acusadas premeditaram o assassinato.

De acordo com a acusação, a dupla planejou como executar e destruir o corpo da criança. Na noite do crime, diz o MP, Rosana e Kacyla esperaram Rhuan dormir para cumprir o plano. A denúncia afirma que a mãe desferiu o primeiro golpe no peito da criança, que acordou com o ataque.

Já Kacyla teria segurado o menino para que a companheira desferisse os outros golpes. Segundo o Ministério Público, por fim, a mãe decepou a cabeça do filho ainda com vida.

A denúncia diz ainda que, após o assassinato, a dupla esquartejou, perfurou os olhos e dissecou a pele do rosto do menino. De acordo com o MP, as acusadas também tentaram incinerar partes do corpo em uma churrasqueira com o intuito de destruir o cadáver e dificultar o seu reconhecimento.

Segundo a acusação, como o plano inicial não deu certo, elas colocaram partes do cadáver em uma mala e duas mochilas. Rosana jogou a mala em um bueiro próximo à residência onde ocorreu o crime. Em seguida, moradores da região desconfiaram da atitude da mulher e acionaram a polícia.

Prisão

Fachada da 26ª Delegacia de Polícia em Samambaia Norte, em imagem de arquivo [Foto: Maíra Alves/G1]

A mãe, Rosana Cândido, e a companheira dela, Kacyla Pryscila, foram presas na casa onde moravam com a criança e ainda com a filha de Kacyla, uma menina de 8 anos.

Em depoimento à polícia, Rosana contou que “sentia ódio e nenhum amor pela criança”. Segundo o Ministério Público do DF, a mãe de Rhuan arquitetou o crime por odiar a família do pai dele.

“Rosana nutria sentimento de ódio em relação à família paterna da vítima. Kacyla conhecia os motivos da companheira e aderiu a eles”, diz a denúncia.

Tortura

Rhuan Maycon tinha quatro anos quando saiu do Acre com a mãe, segundo avô [Foto: Arquivo da família]

As duas também foram acusadas por tortura. Segundo o MP, elas “castraram e emascularam a vítima clandestinamente” e “impediram que Rhuan tivesse acesso a qualquer tratamento ou acompanhamento médico”.

“Com apenas 4 anos de idade, Rhuan passou a sofrer constantes agressões físicas e psicológicas e a ser constantemente castigado de forma intensa e desproporcional, ultrapassando a situação de mero maltrato”, diz a denúncia.

Já as acusações de ocultação de cadáver e fraude processual dizem respeito às tentativas da dupla de se desfazerem do corpo de Rhuan e dificultarem as investigações.

As duas acusadas deixaram o Acre em 2014. Segundo a família, Rosana fugiu do estado com a criança, a companheira e a filha de Kacyla.

O pai de Rhuan tinha a guarda do menino, por decisão judicial. A família chegou a registrar um boletim de ocorrência após o sumiço do garoto. [Capa: Divulgação/PC-DF]

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