25 de abril de 2024

O que é um trauma psicológico e suas consequências

A memória afetiva ou psicológica de todos os indivíduos é precedida por várias experiências ocorridas ao longo da vida e muitas delas estão instaladas na consciência. Outras em partes mais profundas, como o inconsciente.

O resgate das nossas memórias pode ocorrer de diversas formas, seja pelo cheiro familiar de algo que foi vivenciado em algum momento, pela imagem semelhante de uma experiência significativa, pela perda de um ente querido ou até mesmo pela reprodução de uma prática negativa, trazendo à tona a lembrança de um evento traumático.

Quando as memórias são ativadas ou desencadeadas por um evento estressante ou desafiador, tratando-se especificamente do trauma psicológico ou emocional, ocorre uma ruptura psíquica reproduzindo sobre o indivíduo sensações e sintomas desagradáveis que estavam adormecidos, mas não esquecidos pela memória. Assim, o indivíduo buscará como mecanismo de defesa da sua personalidade, do seu Eu interior a negação ou deslocamento dos sintomas, pois não permitirá novamente as vivências antes tão dolorosas.

Jirlany M. C. Bezerra
/Foto: Reprodução

Tais mecanismos de defesa funcionam como estratégias para evitar o desprazer psíquico, ou seja, buscará o reequilíbrio mental. Evitando, dessa forma, tornar em evidência sentimentos ou sintomas como ansiedade, culpa, medo, insegurança e estresse.

Quando os traumas psicológicos/emocionais são constantemente relembrados na vida cotidiana do sujeito, seja de forma real ou imaginária, esses sintomas podem transformar-se em transtornos psíquicos severos prejudicando o equilíbrio mental e social do sujeito. E ao afetar o indivíduo o mesmo necessitará de apoio e acompanhamento por parte da família e de profissionais adequados. Dentre os transtornos mais comuns nessa ordem são os de: dependência química, alimentares, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e depressão.

No entanto, é importante pensar que todos nós vivemos uma vida cíclica, rodeada de início, meio e fim. E os traumas não resolvidos, não trabalhados/discutidos ou pelo menos não compreendidos tendem a voltar a partir de experiências semelhantes, pois essas lembranças necessitam de uma resolução.

Sendo assim, a nossa psique/mente trabalha empregando de tempos em tempos acesso aos conteúdos mais escondidos da nossa memória, tentando explicar, ou pelo menos amenizar, os sintomas decorridos. E esses acessos ocorrem por experiências cotidianas e que são reconhecidos quando ativados um sintoma de uma lembrança negativa.

Quando essas memórias não são vistas como ameaças ao equilíbrio interior, mas sim como oportunidades de crescimento e maturidade, o indivíduo se tornará resiliente, sujeito a processos de reflexão e compreensão dos significados decorrentes dessas situações, produzindo automaticamente sobre si uma capacidade de confiança e coragem de enfrentar as dificuldades encontradas pelas práticas sofridas de forma negativa.

Para isso, é necessário ter uma atitude positiva diante das experiências vivenciadas, possuir uma rede de apoio quando for preciso, aceitar as mudanças como parte importante no seu contexto de vida, ser flexível e buscar ter metas e objetivos a serem alcançados.

Portanto, ao compreendermos o que nos compromete psiquicamente de forma negativa, a mudança de sentidos sobre o trauma psicológico/emocional do que já passamos não serão perturbadores e desencadeadores de sensações ruins, mas servirão como motor de crescimento diante das dificuldades ora passadas.

Autora:

Jirlany Marreiro da Costa Bezerra

Docente Mestre EBTT de Psicologia do Instituto Federal do Acre – IFAC

[email protected]

11 de novembro de 2020

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