O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou uma notícia de fato para investigar o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (Dem), por suspeita de improbidade administrativa. A investigação, em fase inicial, foi solicitada após uma denúncia de estupro feita por uma ex-servidora e candidata a vereadora no dia 9 de outubro. O prefeito alega que o ato foi consensual e nega estupro.
Em nota, a assessoria de Gean informou neste sábado (31) que ele responderá ao MPSC quando for intimado.
“Mais uma vez sabe do processo via imprensa, o que prova toda a armação política e eleitoral sobre o tema”, diz a nota.
A notícia de fato para apurar a possível improbidade foi instaurada na sexta-feira (30) pela promotora de Justiça Juliana Padrão Serra de Araújo, da 31ª Promotoria da Comarca da capital, da Área da Moralidade Administrativa para apurar se ocorreu uso indevido de repartição pública. O ato teria ocorrido em uma secretaria municipal.
Segundo a assessoria do MPSC, a promotora instaurou procedimento de ofício, sem que ninguém denunciasse à promotoria, após saber em notícias sobre a denúncia da ex-servidora e candidata.
Boletim de ocorrência
Uma ex-funcionária da Prefeitura de Florianópolis registrou boletim de ocorrência por estupro contra o prefeito da cidade neste mês, no dia 9 de outubro, um ano depois do último episódio de abuso relatado por ela. Ela é candidata a vereadora pelo mesmo partido do prefeito.
O G1 procurou a mulher neste sábado (31) para saber se ela foi comunicada sobre a investigação do MPSC e aguardava retorno até as 19h30.
A ex-funcionária informou na quinta-feira que decidiu buscar a polícia após fazer terapia. Ela disse à polícia que, em 2017, o prefeito a agarrou pelo braço e tentou tocar suas partes íntimas.
Em outras duas ocasiões, os dois mantiveram relações sexuais não consentidas, segundo ela: A primeira entre 2017 e 2018; a segunda, em 10 de outubro de 2019. Todos os episódios, afirma a ex-funcionária, ocorreram na Secretaria de Turismo, onde ela trabalhava.
Procurada, a Polícia Civil informou que não irá se manifestar. O caso está com a procuradoria-geral do Ministério Público, que é responsável por investigações que envolvam prefeitos.
Prefeito afirma que a relação foi consensual
Na manhã de quinta-feira (29), o prefeito, que é candidato à reeleição, divulgou um vídeo em que se defende das acusações e afirma que se trata de uma “armação eleitoral”.
O prefeito assume que teve uma relação extraconjugal em 2019, mas diz que se tratou de um “ato consensual” e nega que houve estupro. A denunciante negou motivação política.
Em nota, a Direção Estadual do Democratas em Santa Catarina informou ao G1 SC que acompanha os desdobramentos do caso. “Toda a averiguação dos supostos fatos corre em segredo de justiça. Portanto, qualquer manifestação sobre detalhes da investigação será prematura”, disse o diretório regional.