Presidente do BB muda cúpula do banco e desagrada Palácio do Planalto

Uma dança de cadeiras patrocinada pelo novo presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, na cúpula da instituição desagradou integrantes do governo Jair Bolsonaro pouco mais de dois meses após sua posse no cargo. Fontes do Palácio do Planalto afirmam nos bastidores que está em curso a busca por um nome para substituí-lo.

Outra fonte de atrito, segundo fontes da equipe econômica, seria que Brandão não está cooperando com o processo de desestatização das unidades do banco. Aliados do ministro Paulo Guedes alegam que ele foi colocado neste posto para dar celeridade à venda de ativos e que isso não está acontecendo. Apontam como um dos motivos de desentendimento uma planejada abertura de capital (IPO, da sigla em inglês) da Elo, empresa de cartões que o BB tem em sociedade com Bradesco e Caixa Econômica Federal.

Brandão retirou da direção do banco dois funcionários próximos ao ex-presidente do BB, Rubem Novaes, ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Empossado no último dia 22 de setembro, ele demitiu um amigo de Novaes, nomeado na cota pessoal do presidente da instituição, Alberto Alves, e retirou da vice-presidência de Finanças e Relações com Investidores, Carlos Hamilton Araujo. Ele assumiu a presidência da Cateno, empresa da área de cartões do BB e Bradesco.

Segundo fontes ligadas ao banco, essas duas mudanças deixaram Novaes muito chateado. Carlos Hamilton chegou a ser cotado para assumir o lugar de Novaes, que pediu demissão no fim de julho.

Vários outros nomes foram sondados para a presidência do banco, o de Brandão, ex-executivo da área internacional do HSBC, foi confirmado em agosto. Mas ele só tomou posse após uma transição de quase dois meses.

Fontes ligadas ao BB disseram não acreditar na substituição de Brandão e que há tentativa de criar tumulto.

Brandão comanda a instituição como banqueiro. De perfil discreto, a única entrevista que deu até agora foi direcionada aos funcionários, publicada na rede interna da instituição.

Segundo um dos interlocutores, ele faz questão de buscar uma proximidade com os funcionários e tem em buscado atacar questões de gênero, por exemplo, como nomear mulheres para cargos executivos.

Postura que se confirma pela recente nomeação de Ângela Beatriz de Assis para a presidência da Brasilprev, braço de seguros e previdência do banco.

Antes das modificações desta semana, Brandão já tinha utilizado outros nomes da casa no rearranjo dos cargos. Bernardo Rothe, que era presidente do BB Seguridade, foi para a vice-presidência de negócios de atacado. E nomeou Gustavo Fosse, também funcionário do banco há mais de 30 anos, para a vice-presidência de tecnologia.

Procurada, a assessoria do Banco do Brasil informou que não comentaria o assunto. [Capa: Agência Senado]

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