A indicação do cenário das apurações, ontem à noite, nas cidades do ABC paulista, era que não será desta vez que o PT conseguirá recuperar as prefeituras perdidas no passado.
Na região que foi o “berço eleitoral” e centro nervoso do partido desde seu nascimento, no início dos anos 1980, até 2016 – quando a sigla perdeu espaço, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – a percepção dominante é a de que ele deve sair derrotado.
No reduto eleitoral de Lula, São Bernardo do Campo, onde nasceu a polarização entre o petismo e o PSDB, o ex-prefeito Luiz Marinho (PT) deve perder a disputa para o atual prefeito, o tucano Orlando Morando.
Marinho teve apoio de Lula, mas Morando conseguiu formar uma ampla coligação de 17 partidos e recebeu R$ 1,6 milhão do Fundo Eleitoral do PSDB.
Os números petistas foram mais modestos. O partido de Lula teve o apoio de cinco siglas e um repasse da direção estadual e nacional que somou pouco menos de R$ 1 milhão.
Tudo indicava, ontem à noite, que em Santo André o atual prefeito, o tucano Paulo Serra, deve se reeleger ainda no primeiro turno.
A candidata petista Bete Siraque estava tecnicamente empatada em segundo com o candidato do PSOL, Bruno Daniel, irmão do ex-prefeito petista Celso Daniel morto em 2002.
Se consolidada, a derrota será a segunda seguida do PT no município, que já foi comandado pela sigla quatro vezes.
Na corrida pela prefeitura de São Caetano do Sul, o partido deve figurar entre os últimos colocados.
E em Mauá, onde venceu em 2012, ele tenta garantir uma vaga no segundo turno com o atual prefeito, Atila Jacomussi (PSB).
A única cidade onde o partido tem mais perspectivas de vitória é Diadema.
Lá, o ex-prefeito José Filippi, que governou o município por três gestões, deve vencer o seu adversário do PSDB, Dr. Ricardo Yoshio