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Tom Veiga, intérprete do Louro José, é enterrado na tarde de quarta em SP

Por O GLOBO

Amigos e familiares de Tom Veiga se despediram do ator nesta quarta-feira, dia 4. O intérprete do Louro José foi enterrado no Cemitério do Horto, em São Paulo, por volta das 15h. O velório restrito à família e a amigos, que teve a presença de Ana Maria Braga e outros colegas do ”Mais você”, começou uma hora antes do sepultamento, às 14h.

O corpo do artista foi trasladado do Rio para a capital paulista, nesta terça-feira. De acordo com uma reportagem do ”Mais você” exibida nesta terça-feira, Tom foi enterrado no mesmo cemitério em que os pais, Nadir e Neilton, estão.

Tom foi encontrado morto em sua casa, no Recreio do Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, durante a tarde do último domingo. Ele tinha 47 anos e deixou quatro filhos. Segundo o laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal do Rio, a causa da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.

O velório no Rio aconteceu na casa do ator, no Recreio, Zona Oeste. A família seguiu a mesma conduta para o de São Paulo: lista restrita de pessoas que terão acesso às dependências e pedido para que sigam um horário pré-determinado de chegada ao local, evitando assim aglomerações, e uso de máscara.

De Tom a Louro

Personagem superpopular da TV, Tom era companheiro de Ana Maria Braga na Rede Globo há pelo menos 20 anos. Antes disso, trabalhou com ela na Rede Record e, por muito tempo, manteve sua identidade escondida.

Tom Veiga já foi office-boy, motorista de ambulância e até trabalhou com eventos. Ele conheceu Ana Maria Braga em 1995, quando organizava feirinhas de artesanato onde a apresentadora ia para divulgar o “Note e anote”, programa que ela comandava na TV Record. Convidado a integrar a equipe, Veiga aceitou e virou assistente de palco.

Em 1996, Ana Maria sentiu a necessidade de ter um boneco para chamar atenção das crianças quando seu programa começasse. Foi ai que pensou no Louro José. “Precisava ser um bicho que falasse, que interagisse comigo, mas não podia ser cachorro, porque cachorro não fala, passarinho não fala. E, por eliminação, decidimos pelo papagaio. Eu tenho um em casa chamado Louro José. Ele fala e assobia o hino nacional. E eu disse: ‘Vamos pôr o Louro.’ Fiz um primeiro rascunho do desenho e pedi para uma pessoa que desenvolvia bonecos fazê-lo. Ele nasceu todo mambembe. Depois a gente foi ajeitando, mudando a espuma, até que ele virou global – aí ficou um astro, lindo. É um filho mesmo”, contou Ana Maria ao Memória Globo.

Várias pessoas foram testadas, mas Tom se destacou. Após um dia de trabalho, pegou o fantoche para brincar com seus colegas. Ana Maria Braga viu, gostou e pediu que ele fizesse o ao vivo no dia seguinte. Deu tão certo que o Louro José foi ganhando gradualmente mais espaço na atração da Record e no” Mais você” ele passou a dividir a apresentação com a “mãe”. Com personalidade forte, o personagem ajuda no comando dos quadros, faz reportagens e participa de algumas viagens pelo programa.

Bem humorado, o papagaio já teve sua história contada no programa. Quando comemorou 18 anos de vida, o Louro ganhou um Arquivo Confidencial só seu. Neste dia vimos o nascimento do Louro e depoimentos de sua família de penas. Com um grande apelo entre as crianças, o papagaio ganhou versões em brinquedo. “A gente se dá, se sabe, e não tem texto, nada. É um bate rebate, uma coisa meio espiritual, meio louco. O Tom é o máximo”, disse, Ana Maria Braga, no “Programa do Bial.”

Em setembro de 1997, seis meses após a criação do personagem, teve início um imbróglio judicial. A Record tentou registrar a marca Louro José no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). O pedido foi negado porque a empresa de Ana Maria Braga (Ambra Agencia de Eventos e Produtora LTDA.) já havia feito o registro antes. Este registro diz respeito ao uso comercial da marca.

Louro José é um personagem tão popular, que já fez aparições em outros programas da Rede Globo, como “Sitio do Picapau Amarelo”, “Malhação”, as séries “Louco por elas” e “A mulher invisivel”, e as novelas “Cheias de Charme” e “A dona do pedaço”. [Capa: Reprodução]

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