No auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AC), a secretária nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto, fez uma grave reclamação, segundo ela, 70% das mulheres vítimas de violência não denunciarem seus agressores.
“Antes do feminicídio, existem várias fases. Com isso, elas não passam pela rede de atendimento. Os prefeitos precisam criar ferramentas de políticas públicas para denúncias. O grande problema que enfrentamos é a da subnotificação”, explicou.
Britto destacou que existe a informação de que a violência contra a mulher tem aumentado drasticamente nas áreas indígenas. A gestora disse que o governo firmou parceria para redução desses índices, por meio de políticas públicas e incentivação da denúncia.
A secretaria nacional fez a entrega de Carta Aberta aos prefeitos eleitos do Acre, com propostas de políticas públicas para as mulheres e às pessoas com deficiência.
Segundo ela, o apelo se faz necessário os gestores eleitos devem criar uma secretaria municipal especializada para as mulheres. “Temos um déficit nesse sentido, apenas em poucos municípios existem órgãos específicos para atender essas mulheres”, declarou.
Por fim, Cristiane frisou que o projeto da Casa da Mulher Brasileira será estendido aos municípios do interior. No Acre, ela já existe em três municípios: Epitaciolândia, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. “Reformulamos o projeto para que os parlamentares do Acre possam alocar emendas para criação de mais locais dedicados às mulheres em mais localidades”, encerrou.
O evento contou com a presença do presidente da OAB no Acre, Erick Venâncio, da secretária de Comunicação Silvânia Pinheiro, e de quatro prefeitos eleitos, dentre eles, Padeiro, do Bujari, Maria Dulcineia, de Tarauacá e representando a cidade de Cruzeiro do Sul, o vice-prefeito eleito, Henrique Afonso.